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sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Jornalista pode até ficar paraplégico

O jornalista Esaú Andrade, vítima de um acidente ocorrido na noite da quarta-feira passada, continua internado, sob cuidados médicos em Natal. Ele deverá ser submetido a uma cirurgia até o fim desta semana, segundo familiares. Nesse mesmo acidente, o policial militar Clístenis Juny de Souza Alves, 36 anos, morreu vítima de Traumatismo Craniano Encefálico (TCE). O carro era ocupado por cinco pessoas. Todos seguiam de Mossoró para Goianinha, onde participariam de um jogo de futebol.
De acordo com Jaedson Freitas, coordenador da equipe de jornalismo que Esaú faz parte, até ontem à tarde, o jornalista continuava internado no hospital Clóvis Sarinho, em Natal, e a família esperava sua transferência para outro hospital. A previsão dada pelos médicos que acompanham Esaú é que ele deveria ser submetido a uma cirurgia até domingo. Jaedon disse que o quadro de saúde do colega ainda é delicado, conforme as informações passadas para ele pelos familiares do jornalista. Ele está em Natal com os pais e uma irmã.
Pelo facebook, rede social de relacionamento pela internet, uma irmã dele, Maria Luiza Andrade, detalhou sua situação clínica: "Esaú não corre risco de vida, fraturou a quarta vértebra e está hospitalizado, respira bem, seus batimentos cardíacos estão bem... A saúde dele está ótima, graças a Deus".
Apesar da estabilidade, o jornalista corre risco de ficar paraplégico. A situação real da lesão em sua coluna será conhecida somente após a cirurgia. "Corre sério risco de ficar paraplégico", informou Maria.
Esaú faz parte de um programa esportivo apresentado na FM 93,7, comandado pelo apresentador Gilson Cardoso. Segundo o diretor da rádio, Alvanilson Carlos, Esaú não era funcionário da emissora. O programa é terceirizado e a emissora apenas cedeu o espaço.
O jornalista já trabalhou nos principais veículos de comunicação de Mossoró, sempre na área esportiva. Nesse programa, ele atuava como repórter, responsável pela cobertura dos jogos fora da cidade.
Além dele, compõem a equipe dois narradores, outro repórter, um âncora, um plantonista, um coordenador e um técnico. A equipe foi montada exclusivamente para acompanhar o campeonato estadual.

O ACIDENTE
Esaú e mais quatro pessoas se envolveram em um capotamento na noite da quarta-feira passada. Eles saíram de Mossoró e seguiam para Goaninha. Na altura do km 289 da BR-304, eles foram surpreendidos por um jumento na pista.
Esaú, o motorista, teria tentado desviar e acabou saindo da pista, capotando várias vezes. Clístenis Juny, que é policial, mas naquela noite trabalharia como assistente de arbitragem do jogo, morreu logo após ser removido do local.
Além deles, estavam ainda os radialistas Alcivan Silva, Elias Júnior e Ítalo Praxedes. Os três foram atendidos naquela noite e liberados logo depois.

Vítima tinha paixão pela polícia e esportes
O policial militar Clístenis Juny de Souza Alves tinha 36 anos e dedicou boa parte da sua vida aos esportes. Ele atuava como assistente de arbitragem no campeonato estadual do Rio Grande do Norte e na Série C do Campeonato Brasileiro. Clístenes era também árbitro e jogador de basquete (leia mais sobre a trajetória dele na sessão de esporte de hoje).
Na PM, Clístenis morreu exatamente no dia que completou cinco anos de profissão. O soldado trabalhava atualmente no Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (CIOSP), que funciona na sede do Segundo Batalhão de Polícia Militar, sediado em Mossoró.
O CIOPS é responsável pelo atendimento de todas as ocorrências registradas através do número 190, antes chamado de Central de Operações da Polícia Militar (COPOM).
Segundo o amigo e colega de trabalho na Federação Norte-Rio-Grandense de Arbitragem, Valdick Leão, Clístenes era apaixonado pelo trabalho de policial e de assistente.
Emocionado, ele lembrou que juntamente com o amigo, ambos foram responsáveis por parte do crescimento do basquete em Mossoró, esporte que durante muitos anos foi esquecido, à margem do futebol.
Trabalhava como assistente de arbitragem desde 1995 e na PM estava há cinco anos. A função de policial não mudou a sua personalidade, segundo o amigo. "Ele continuou a mesma pessoa, tranquila, pacata, compreensiva, amiga..." conta.
Durante o velório do policial e bandeirinha, era possível perceber a presença de pessoas que integravam os dois meios sociais que ele se dividia. Muitos policiais, alguns fardados e outros à paisana, e muitas pessoas ligadas aos esportes, além de amigos em geral e parentes.
O corpo foi velado na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e enterrado ontem no Cemitério Novo, em Mossoró.
Ele era casado e tinha dois filhos, sendo uma menina de 15 e um garoto de oito. A família era sua principal paixão, ainda segundo o amigo Leão.

Fonte: Defato

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