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quarta-feira, janeiro 25, 2012

Engenheiro afirma que fuga de Alcaçuz pode ter sido facilitada



Mais um elemento apresentado por uma análise técnica indica que a fuga em massa da penitenciária estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, pode ter acontecido por facilitação. Na manhã desta terça-feira (24), o engenheiro Marcos Glinn, responsável pela construção do Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, esteve na unidade e afirmou que os presos não teriam condições de abrir grades por dentro das celas e fugirem da ala.
Para ele, houve falha no sistema de segurança, mas foi falha humana. “Ao meu ponto de vista, não havia possibilidade de fuga nesse tipo de pavilhão”, destaca. O engenheiro lembra que a empresa do Rio Grande do Sul responsável pelo pavilhão Rogério Coutinho Madruga já construiu 50 presídios em todo o território nacional. “Desse total, apenas dois presos conseguiram fugir, mas os dois casos foram consequência de falhas administrativas”, ressalta.
De acordo com Glinn, o modelo usado para esse tipo de edificação é o mesmo usado em presídios dos Estados Unidos. Além de o concreto ter fck de 80MPA (medida de resistência), a estrutura conta com duas camadas somente no chão, uma de 18 centímetros, que é o próprio piso da cela, e outra de nove centímetros, considerada camada de segurança.
O pavilhão também tem sistema diferenciado no fechamento das celas. Ao contrário de grades antigas, as travas são colocadas na parte superior. Após a fuga da última quinta-feira (19), os agentes penitenciários e a direção de Alcaçuz havia informado que os presos tinham quebrado a parte central da grade, por onde se coloca comida, e, com isso, enfiaram o braço para conseguir abrir a trava da cela.
No entanto, Marcos Glinn refutou essa possibilidade. “Não tem como um preso enfiar o braço e alcançar a trava. A distância entre a portilha [por onde se coloca comida] e a trava é de aproximadamente 1,5 metros, tendo em vista que a grade completa tem 3 metros de altura”, lembra o engenheiro.
Por esse motivo, ele acredita que não houve falha na estrutura, mesmo que as travas estivessem cadeados. De acordo com Glinn, os cadeados fazem parte da segurança da ala, contudo, a ausência dele não faria que os presos abrissem uma cela pela parte de dentro. “A falha ai foi a falta de agente, policiais e de gestão”, disse.

Fonte: Portal BO

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