O professor aposentado Francisco Basílio Neto, de 60 anos, foi solto na quarta-feira passada por determinação judicial. Ele havia sido preso em outubro deste ano pela acusação de sequestro e cárcere privado contra sua esposa e filhos. A Justiça decidiu pela sua liberdade provisória, mas determinou que o suspeito deverá permanecer longe da família. Caso ultrapasse a distância dos 300 metros, sua prisão preventiva será renovada automaticamente. As vítimas estão sob cuidados na casa dos parentes.
A juíza Suzana Paula de Araújo Dantas informou em sua decisão que não haveria mais necessidade de manter o professor aposentado preso, já que a parte investigativa foi totalmente concluída e ele indiciado pelos crimes de sequestro e cárcere privado. A magistrada explica que, naquele primeiro momento, a prisão do suspeito era necessária para evitar que ele prejudicasse a investigação coagindo testemunhas, por exemplo. Francisco Basílio foi preso no dia 5 de outubro após denúncia feita pelos familiares de Maria Aparecida Filgueira Basílio, 44. Ele estava na carceragem da Delegacia de Assú.
O afastamento do suspeito foi um pedido do Ministério Público Estadual, que solicitou a medida protetiva à juíza Suzana Paula para garantir a integridade física e mental de Maria Aparecida e seus filhos. Logo após terem sido resgatadas da casa onde viviam, na zona rural de Assú, Aparecida e os quatro filhos passaram uns dias no Hospital Regional Nelson Inácio dos Santos, em Assú. Hoje, todos vivem sob os cuidados de parentes, longe de Francisco Basílio. Na última audiência realizada no dia 7 deste mês, Aparecida disse que gostaria de voltar a viver com o marido, mas o pedido não foi aceito.
A juíza determinou ainda, mediante o pedido feito pela vítima na última audiência, que ela seja submetida a exames para verificar sua sanidade mental. Desde o início, Maria Aparecida apresentava sinais de problemas psicológicos, de acordo com os profissionais que trabalharam com ela e os filhos. Foi encaminhado um ofício à Secretaria Municipal de Assistência Social de Assú para que se responsabilize pelo exame. O prazo dado pela juíza é de dez dias. Caso seja constatado que Maria Aparecida não tem problemas, ela deverá voltar a viver com Basílio, como já manifestou a vontade durante audiência.
Professor foi preso por cárcere
Francisco Basílio foi preso acusado de manter, há vários anos, presos quatro filhos e a esposa. Eles viviam em uma pequena casa na zona rural desta cidade, a cerca de 40km do Centro, em péssimas condições. As crianças foram atendidas pela equipe médica da cidade e apresentavam problemas psicológicos, assim como a mãe, que tinha ainda marcas de violência física.
A denúncia foi feita pelos familiares de Maria Aparecida. A relação dos dois gerou seis filhos. O mais novo tinha nove e o mais velho 25.
Familiares de Maria Aparecida foram à casa com policiais militares, que constataram os maus-tratos. Os meninos estavam sujos, sem roupas, apresentando inúmeros problemas físicos e psicológicos, assim com a mãe.
Numa pequena casa, de apenas um quarto, viviam Maria Aparecida e Francisco Basílio, junto com os filhos Silmara de Figueiredo Basílio, de 18 anos, Evanildo Figueiredo Basílio, 24, e mais dois ainda menores de idade, uma menina com nove e outra com 13 anos.
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