terça-feira, novembro 08, 2011

Sindicato do Rio diz que colete de cinegrafista morto não era seguro

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro informou em nota, na noite desta segunda-feira (7), que teve acesso ao colete à prova de balas usado pelo repórter cinematográfico da TV Bandeirantes, Gelson Domingos, morto com um tiro de fuzil durante uma operação policial na favela de Antares, na zona oeste da capital.


Segundo o sindicato, o colete era do tipo 2-A, que protege contra tiros de armas como a de 9 milímetros (mm), com potencial bem abaixo dos fuzis usados em confrontos no Rio de Janeiro. O sindicato disse que ao contrário do que a emissora afirmou, o equipamento não era do tipo 3-A –que tem maior poder de defesa.


A assessoria de imprensa da emissora foi procurada, mas afirmou que só poderia se posicionar sobre a acusação nesta terça-feira (8).


O advogado criminalista Nélio Andrade, que representa a família da vítima, disse que “é de uma grande irresponsabilidade enviar um repórter para esta guerra urbana, que vivemos no Rio com um equipamento deste tipo. A pessoa está completamente vulnerável com este tipo de equipamento”. O advogado recebeu o colete usado pelo repórter de parentes do jornalista. Ele disse ainda que o colete será entregue à Divisão de Homicídios, encarregada do inquérito.


Segundo o advogado, o colete apresenta sinais de desgaste. Algumas inscrições não podem ser lidas a olho nu, mas é possível verificar que a blindagem é 100% de polietileno. A placa da frente do colete que foi perfurada, apresenta data de 2003. Conforme especificações na parte interna do colete, o equipamento vence em outubro de 2013.


O titular da Divisão de Homicídios, Felipe Ettore, disse que o autor do disparo que matou o cinegrafista pode estar entre os quatro mortos e os 11 suspeitos presos durante a operação na favela. Ele disse que a polícia está examinando as imagens feitas pelo cinegrafista e cedidas pela TV Bandeirantes, que são uma peça importante para identificar o autor do crime. “Acreditamos que as imagens são fundamentais para a identificação do autor do disparo que matou o jornalista”.


A ONG Rio de Paz prestou uma homenagem ao cinegrafista na areia da praia de Copacabana, em frente à Rua Princesa Isabel. Um cartaz diz: “Gelson Domingos, o tiro que acertou o seu peito, atingiu os nossos olhos”.
O corpo de Gelson Domingo foi enterrado hoje no cemitério Memorial do Carmo, no Rio.


Fonte: Uol

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