O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri Popular de Mossoró decidiu pela absolvição de Agnaldo Benevides Carneiro, "Galeguinho Carneiro", acusado de envolvimento na morte do médico João Pereira da Silva e da enfermeira Valquíria Dantas Batista. Os dois foram assassinados na noite de 23 de dezembro de 1999, em Caraúbas, por um grupo fortemente armado. João Pereira era irmão do ex-prefeito de Caraúbas, Agnaldo Pereira, executado pela quadrilha de Valdetário Carneiro, junto com a mulher, dois seguranças e um caseiro.
De acordo com os autos da investigação, Galeguinho, José Valdetário Carneiro, Francimar Fernandes Carneiro, "Cimar", e Haroldo Florêncio de Morais formavam o grupo armado que executou o médico e a enfermeira. Com exceção de Galeguinho, os demais acusados já estão mortos. O crime chocou a população caraubense. João Pereira foi surpreendido quando estava conversando com a enfermeira na calçada da casa dela. Os bandidos chegaram atirando. O médico tentou se esconder dentro da residência, mas foi executado. A enfermeira foi ferida a tiros e não resistiu.
Durante o julgamento, Galeguinho Carneiro disse que não fazia parte do grupo que matou as duas pessoas. O Ministério Público Estadual (MPE), através do promotor de justiça, Armando Lúcio Ribeiro, disse que não havia provas do envolvimento do réu no crime e pediu a absolvição do acusado. Os jurados foram convencidos e decidiram absolvê-lo.
Familiares da enfermeira Valquíria Dantas estiveram no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins e reclamaram do resultado. Eles acreditam que o réu teve participação no duplo homicídio. Parentes do acusado também compareceram ao julgamento e vibraram quando a absolvição foi anunciada. O julgamento durou apenas uma hora.
O processo sobre a morte do médico João Pereira e da enfermeira Valquíria Dantas tramitava na comarca de Caraúbas, mas como o réu e outros parentes ainda são temidos na cidade, a justiça transferiu o júri para Mossoró.
Galeguinho continua preso no Complexo Agrícola e Penitenciária Doutor Mário Negócio, em Mossoró. Ele cumpre pena por crimes de assalto a bancos, formação de quadrilha e homicídios, no Rio Grande do Norte e outros estados brasileiros. Em 2008, ele também foi absolvido pelo Tribunal do Júri Popular de Caraúbas, no processo que apurava o assassinato de João Airton Soares, o "João Gago", executado com vários tiros em 6 de março de 1993, na rodoviária de Caraúbas.
Fonte: Defato
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