O atual governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), teria capitaneado um esquema de desvio de dinheiro destinado à compra de cestas básicas durante a pandemia em seu atual mandato, forjando inclusive a compra de alimentos perecíveis, como frangos, que jamais teriam sido entregues.
Segundo as investigações, as empresas contratadas para fazer a entrega de milhares de cestas nem sequer tinham câmaras frigioríficas para armazenar os frangos congelados. O rastro deixado pelo grupo (que inclui empresários, os filhos e a esposa do governador, entre outros) levou o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell, a autorizar operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (21).
O ministro derrubou o sigilo da decisão após o cumprimento dos mandados destinados à Polícia Federal (PF). A investigação mostra, em um dos contratos, que:
"...ao confrontar com as notas fiscais de aquisição de produtos, foi verificado que a empresa em comento não adquiriu produtos suficientes para cumprir integralmente o objeto contratado, o que ocasionou um prejuízo de pelo menos R$ 1.852.778,78. Ao conduzir vistoria na sede da empresa, foi verificado que o imóvel por ela ocupado anteriormente não dispunha de câmara frigorífica, estrutura indispensável para o suposto armazenamento dos trinta mil frangos congelados que teriam sido alegadamente distribuídos".
Ainda segundo a PF, o "esquema consistiu na contratação de um grupo de empresas previamente selecionadas, muitas delas constituídas há pouquíssimo tempo, ou com objeto social distinto do fornecimento de alimentos, as quais, doravante, receberiam a totalidade do valor contratado, sempre em somas de grande vulto, entregando, em contrapartida, apenas parte do quantitativo estipulado, tendo havido a inexecução parcial ou até mesmo integral dos contratos de fornecimento".
O grupo teria movimentado, ao todo, cerca de R$ 38 milhões. O governador nega irregularidade e diz que não ordenou despesas com programa de cestas básicas investigado pela PF.
Fonte:g1
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