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quinta-feira, abril 04, 2024

Servidores da saúde do Estado iniciam greve por reajuste salarial

A categoria cobra reajuste salarial e melhores condições de trabalho. A paralisação é mobilizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e é por tempo indeterminado | Foto: Magnus Nascimento


Os servidores estaduais da saúde do Rio Grande do Norte iniciaram mais uma greve na manhã de quarta-feira (3), com um ato de formação dos trabalhadores do setor. A categoria cobra reajuste salarial e melhores condições de trabalho. A paralisação é mobilizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde-RN), que também definirá um cronograma de atividades da greve. Uma manifestação da categoria está marcada para a próxima terça-feira (9), no Centro Administrativo, para pressionar o Governo do Estado por um acordo. Ainda segundo o sindicato, são esperadas reduções nos atendimentos das unidades de saúde pública.



Rosália Fernandes, uma das coordenadoras do Sindsaúde-RN, diz que a paralisação é uma resposta ao Governo do Estado, que propôs recomposição salarial a partir de 2025. “Recebemos essa proposta descabida de reajuste zero em 2024, enquanto todas as outras categorias estão recebendo recomposições”, afirma Rosália. Procurada pela reportagem, o Governo confirmou a proposta da Secretaria de Estado da Administração (SEAD), de conceder recomposição somente no ano que vem aos trabalhadores da saúde.



“Até o momento não há novo encontro marcado”, ressaltou o Estado sobre uma nova rodada de negociação. Enquanto isso, os servidores seguirão mobilizados, em greve por tempo indeterminado. “O governo chamou o sindicato e disse que nesse ano é novamente 0%. Eles disseram ainda que se tiver aumento pode ser que seja em 2025 ou 2026 de 4,62%, que é o índice do IPCA, mas condicionou a receita corrente líquida chegar a 7,2%. Ou seja, isso nem é uma proposta direito”, explica a líder sindical.



De acordo com Fernandes, a greve começou com uma formação política para mostrar os direitos e deveres dos trabalhadores em uma situação de greve. “Essa atividade é muito importante porque nossas últimas greves têm sido judicializadas, então as pessoas têm medo, têm dúvidas sobre os direitos que elas têm. É também um momento para mostrar o papel da Justiça e do Governo, que é de atacar e massacrar os trabalhadores”, diz.



A última greve dos servidores da saúde começou em julho do ano passado e durou cerca de três semanas, até ser suspensa em agosto por uma decisão do desembargador Glauber Rêgo, do Tribunal de Justiça do Estado. À época, o magistrado estabeleceu uma pena de multa diária no valor de R$ 10 mil em caso de descumprimento ao Sindsaúde-RN. Reposição de perdas salariais e melhorias de condições de trabalho também estavam na pauta de reivindicações.



“As reivindicações continuam e não é só nessa questão salarial. A gente tem um déficit grande. Hoje só de contratos temporários renovados são quase três mil, além das cooperativas que o governo está aumentando a contratação. E a gente quer a convocação do cadastro reserva que vence agora em setembro. O piso da enfermagem para os aposentados também é outra demanda, vai fazer um ano agora em agosto que pedimos uma audiência com o Governo Fátima, então é um desrespeito muito grande com a categoria”, aponta.


Policiais

Policiais civis e militares do Rio Grande do Norte seguem em cobrança e diálogo com o Governo do Estado acerca da política de recomposição salarial das categorias. Na próximas semanas, estão previstos encontros entre representantes dos agentes de segurança e a Secretaria de Estado da Administração (Sead) para mais uma rodada de negociação.


Há impasse entre as categorias e o Governo. No caso dos policiais civis, as perdas salariais chegam a 54%, enquanto que no caso dos militares a perda é de 42%. Os policiais civis terão reunião no próximo dia 08 com o Governo, enquanto que os militares no dia 16 de abril.


“O diálogo com o Governo está bem difícil, pois não está sendo feita uma proposta que sequer se aproxima das perdas inflacionárias, que é nossa pedida. No caso da polícia, é 54%. Apresentamos proposta em torno de 30%, mas mesmo assim o Governo só quer oferecer 8%. Está difícil o diálogo para chegarmos num consenso”, explica Nilton Arruda, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do RN (Sinpol-RN).


Também cobrando recomposições salariais, os militares terão reunião no próximo dia 16 com o Governo, segundo a subtenente Márcia Carvalho, presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares do RN (ASSPMBMRN). Em duas ações recentes, os militares chegaram a suspender as Diárias Operacionais (D.Os).



“O Governo deu uma proposta de pouco mais de 6%, que é muito aquém dos 42%. Sugerimos 35% na segunda conversa que tivemos e o Governo disse não ter condições. Propôs 8% para tentar pagar uma parte talvez em 2024 e outras duas parcelas para 2025 e 2026. É muito aquém ainda das nossas perdas”, explica.


Fonte: tribuna do Norte

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