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quinta-feira, abril 25, 2024

Investigação do MP aponta esquema de lavagem de dinheiro em contas de esmalterias no RN

Operação investiga suposto uso de dinheiro oriundo em crimes na abertura de empresas — Foto: MPRN/Divulgação


Um esquema de lavagem de dinheiro teria movimentado recursos por meio de contas bancárias de "esmalterias" abertas no Rio Grande do Norte. A origem do dinheiro seria de atividades criminosas como tráfico de drogas, explosão de caixas eletrônico, furto e sonegação fiscal.


Isso é o que apontam as investigações que levaram o Ministério Público do Rio Grande do Norte a deflagrar, nesta quinta-feira (25), a operação Grammer.


Em três anos, as empresas teriam movimentado cerca de R$ 7 milhões e parte dos recursos seriam de origem criminosa, segundo os investigadores.


Um mandado de prisão preventiva, e outros 13 de busca e apreensão, foram cumpridos nas cidades de Natal, Parnamirim e Areia Branca.


Segundo o MP, as investigações revelaram que o financiamento para a abertura de pelo menos quatro esmalterias nas cidades de Natal e Parnamirim teria origens ilícitas, vinculadas a crimes.


As atividades teriam sido coordenadas por um homem com um extenso histórico que inclui porte ilegal de armas, participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e furto qualificado.


Atualmente, o homem está cumprindo pena no sistema prisional do Rio Grande do Norte.


Porém, segundo o MP, as investigadores teriam comprovado que a ex-companheira dele, dona das esmalterias, é uma influenciadora digital no ramo da beleza que estava plenamente ciente da origem ilícita dos recursos investidos nos negócios.


"Além dela, outros membros da família e uma funcionária dos salões estão sendo investigados. Medidas restritivas foram aplicadas, incluindo o uso obrigatório de tornozeleiras eletrônicas para a empresária e a mãe dela, retenção de passaportes e a proibição de deixar Natal. O criminoso que cumpre pena recebeu novo mandado de prisão preventiva", informou o MP.


De acordo com os investigadores, desde a abertura da primeira esmalteria, em 2016, o casal teria expandido os negócios mesmo sem rendas que justificassem os investimentos, especialmente durante a pandemia de Covid-19.


"Eles mantinham um estilo de vida luxuoso, ostentando viagens internacionais, carros caros e festas privadas, o que não tinha respaldo no perfil socioeconômico dos dois no período. Em 2016, ano de abertura da primeira esmalteria, o principal investigado exercia a função de gerente administrativo da empresa, com salário declarado em torno de R$ 1 mil", informou o MP.


De acordo com o MPRN e a PCRN, esse fato demonstra a ausência de ocupação lícita que justificasse a acumulação de capital para financiar o negócio de então companheira.


Além da ex-mulher, da mãe dela e de irmãos do homem apontado como cabeça do esquema, também foi identificada a participação de terceiros agindo como intermediários ou “laranjas”.


Para o MPRN e para a Polícia Civil, as provas colhidas apontam a participação dos suspeitos no escoamento de recursos oriundos dos crimes cometidos pelo principal investigado, "constituindo em um verdadeiro 'capital de giro criminoso'”.


Fonte: g1

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