O Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) anunciou a suspensão do calendário acadêmico de 2024 na maior parte das unidades da instituição, por causa do impacto da greve dos técnicos administrativos e dos professores, iniciada no dia 3 de abril.
Segundo o reitor da instituição, professor José Arnóbio de Araújo Filho, cerca de 38 mil alunos são afetados pela decisão.
A suspensão do calendário foi discutida em reunião do Colégio de Dirigentes (Codir), formado por gestores e diretores-gerais dos campi, nesta segunda-feira (8).
A medida vai ser implementada em datas diferentes, a partir da avaliação do contexto em cada um dos campus. Pelo menos 20 campi da instituição devem paralisar as aulas até o início da próxima semana.
"Os diretores dos campi estavam monitorando a situação local, desde o início da greve, o nível de adesão, e alguns problemas surgiram. Algumas prefeituras, depois que a greve foi anunciada, deixaram de enviar os ônibus com os alunos, professores também aderiram à paralisação; e também tem a questão da política de alimentação dos estudantes em vulnerabilidade. Sem alimentação, a gente não tem como trazer esse aluno", afirmou o reitor.
Ainda de acordo com Arnóbio, a instituição vai acompanhar a situação semanalmente e ainda não tem prazo para retorno das aulas. "Nosso desejo é a normalização das atividades o mais rápido possível", disse.
Veja a data de paralisação do calendário em cada campus:
Segunda-feira (8): Caicó, Ceará-Mirim, João Câmara, Lajes, Macau, Mossoró, Natal-Centro Histórico, Natal-Zona Norte, Nova Cruz e São Paulo do Potengi.
Terça-feira (9): Canguaretama, Currais Novos, Jucurutu, Natal-Central, Parnamirim, Santa Cruz e São Gonçalo do Amarante
Quarta-feira (10): Parelhas
Segunda-feira (15): Ipanguaçu e Pau dos Ferros
Os campi de Apodi e Natal-Zona Leste seguem com o calendário em andamento e haverá reavaliação após a realização de reuniões entre servidores, segundo o IFRN.
Ainda segundo a instituição, alguns serviços essenciais e programas de fomento, que possuem prazo de finalização, deverão ser mantidos.
O IFRN conta atualmente com cerca de 2,6 mil servidores. Pouco mais de 1,5 mil são docentes e aproximadamente 1.080 são técnicos-administrativos.
Greve
O Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, profissionais e tecnológica (Sinasefe), anunciou que a greve nacional tem como pautas:
Reestruturação das carreiras de técnico-administrativos e docentes;
Recomposição salarial;
Revogação de todas as normas aprovadas pelos governos anteriores que prejudicam a educação federal;
Recomposição do orçamento e reajuste imediato dos auxílios e bolsas dos estudantes.
"A greve não é só salário. Entre as 4 pautas principais, está a recomposição de orçamento das instituições federais de ensino superior, que hoje, mesmo após algumas recomposições realizadas pela atual gestão federal, ainda está defasado em 40%. Estimativas nossas dão conta que deveríamos ter, para 2024, R$ 153 milhões em caixa, ao invés de R$ 94 milhões. Isso afeta os programas de pesquisa e extensão e afeta os índices de evasão, pois boa parte dos nossos estudantes se encontra em vulnerabilidade social e abandonam a instituição por falta de recursos para alimentação ou transporte", diz Geraldo Peregrino, do Sinasefe Natal.
Ainda segundo o sindicato, o governo federal convocou para esta quarta-feira (10), uma reunião da Mesa Central da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP).
"É desejo do Sinasefe que nossas pautas sejam atendidas o quanto antes para que a greve seja rápida. Greve é a última alternativa e vínhamos tentando evitá-la, porém julgamos ser necessária ao ver o governo negociando rapidamente com outras carreiras e deixando a da educação, que forma os profissionais de todas as outras, de lado", pontuou o representante.
Ufersa e UFRN têm aulas
Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e na Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), as aulas continuam em andamento, apesar da paralisação dos técnicos-administrativos, também em andamento. Segundo as instituições, os docentes continuam dando aulas.
Fonte: g1
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