quinta-feira, abril 25, 2024

Conexões de energia solar no RN batem recorde em março

Natal, Mossoró, Parnamirim e Caicó se destacam na quantidade de instalações. Sistema está presente em 5,5% dos domicílios do RN | Foto: Divulgação


O mês de março de 2024 figura como o que teve a maior quantidade de novas conexões de energia solar distribuída dos últimos 14 meses, no Rio Grande do Norte. Foram 2.386 novos sistemas conectados, que representam 16.786,16 kWp (quilowatt-pico). Os números foram divulgados no Observatório da Energia Solar, elaborado pela Associação Potiguar de Energias Renováveis (Aper-RN) com a JVilar Consultoria. Até então, o mês com melhor desempenho tinha sido janeiro de 2023, com 2.631 conexões. Os municípios de Natal, Mossoró, Parnamirim e Caicó são os destaques.



Os dados da Aper apontam, ainda, que a capital registra um acumulado, até março passado, de 12.747 sistemas conectados (20,3% de todo o Estado) e de 119.544,20 kWp (19,5% do RN). Em Mossoró, o acumulado até o último mês é de 10.781 conexões (17,2% de todo o RN) e 92.807,37 kWp (15,2% do total no Estado). Já em Parnamirim, os números são os seguintes: 7.645 sistemas conectados (equivalente a 12,2% do RN) e 57.887,12 kWp (9,5% do total).



Caicó, por sua vez, registrou 2.299 conexões (3,7% do Estado), com potência instalada de 22.925,41 (3,7% do RN). Já Apodi superou Assú em quantidade acumulada de conexões, segundo a Aper-RN. Desse modo,o município chegou a março com um acumulado de 1.297 sistemas conectados (2,1% do total de todo o Estado), enquanto Açu contabilizou 1.262 conexões em números acumulados.



O consumo residencial é o responsável pelo maior número de conexões, levando-se em conta os números acumulados até março de 2024. São 51.449 sistemas conectados (82,0% do total), com potência acumulada de 323.514,22 kWp (52,8% de todo o consumo). Em seguida, vem o uso no setor comercial, com 8.725 conexões (13,9% do total) e 203.888,99 kWp (33,3% do total). Os relatório da Aper aponta que a potência instalada até março (de mais de 612 mil kWp), é suficiente para atender a mais de 340 mil domicílios com conta média mensal de R$ 20, superior à quantidade de domicílios de Natal, São Gonçalo do Amarante e Macaíba, somados.



Atualmente, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), todos as 167 cidades potiguares já contam com a modalidade energética, no entanto, a quantidade acumulada, segundo a Aper-RN, representa apenas 5,5% do número de domicílios do Estado.



Apesar disso, o cenário atual pode dar um norte sobre o potencial do setor por aqui. “Isso indica que ainda há uma baixa penetração no mercado, com um grande potencial de crescimento a ser explorado”, comenta José Maria Vilar, presidente da Aper/RN, ao mencionar os avanços já observados no mercado. “Os dados revelam que a modalidade assumiu uma relevância muito grande no RN”, frisou.



A capacidade do Estado também é bem avaliada pelo presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk. “O Rio Grande do Norte é atualmente um importante centro de desenvolvimento da energia solar. A tecnologia fotovoltaica representa um enorme potencial de geração de emprego e renda, atração de investimentos privados e colaboração no combate às mudanças climáticas”, pontua.


Expectativas

Silvio Oliveira é sócio administrador da E-ESolar Energia Fotovoltaica, empresa localizada no bairro do Tirol, em Natal. Ele afirma que 2024 começa a se desenhar como um período de forte competitividade no Estado, após instabilidades enfrentadas nos últimos anos. “A perspectiva hoje é de um mercado competitivo entre as empresas, que praticam preços abaixo dos de 2022 devido à redução dos valores dos equipamentos”, diz.



Assim, 2024 deve ser o primeiro ano de estabilidade “após quatro anos de uma montanha russa, onde houve queda acentuada durante a pandemia da Covid-19, demanda forte devido à mudança na regulamentação em 2022 e uma baixa em 2023 por causa da falta de conhecimento da população em relação à regulamentação”, acrescenta Oliveira. A forte demanda por veículos elétricos também deve impulsionar a ampliação do setor.


“Para quem abastece o carro elétrico com energia solar, o custo por km é de aproximadamente R$0,02, ou seja, até 98% mais baixo do que se abastecido com gasolina”, explica o empresário, ao traçar um panorama sobre o futuro do setor no RN.



No Brasil, afonte solar ultrapassou a marca de 42 gigawatts (GW) de potência instalada, o que equivale a capacidade de três usinas de Itaipu, a segunda maior do mundo, de acordo com balanço recente da Absolar.


Setor gerou 18 mil empregos no RN


A instalação de sistemas de energia solar distribuída já gerou mais de 18 mil empregos no mercado local desde o início da atividade no Rio Grande do Norte, em 2013, segundo estima a Aper/RN. Os números indicam que o RN chegou a março deste ano com 62.738 unidades conectadas à rede e uma potência instalada de 612.354,97 quilowatts-pico (kWp).



Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), desde que a atividade começou a ser realizada no estado, já movimentou mais de R$ 3 bilhões em investimentos e a R$ 700 milhões na arrecadação dos cofres públicos. No país, a entidade diz que o setor fotovoltaico atraiu mais de R$ 199,3 bilhões em novos investimentos e gerou mais de 1,2 milhão de empregos verdes.



A quantidade de empregos apresentada pela Aper foi calculada através de um parâmetro adotado pela Absolar, em que, para cada 1mW de energia solar distribuída instalado, são gerados, em média, 30 empregos diretos. “Desse modo, 18 mil é uma estimativa da quantidade acumulada de empregos desde que essa indústria começou a se instalar no RN”, afirma o vice-presidente da Aper-RN, José Maria Vilar. “Um recente estudo divulgado pela consultoria Greener aponta a existência de 26.150 empresas integradoras em operação no Brasil, gerando em média 7 empregos/empresa”, explica.



Traçando-se uma proporcionalidade entre as potências de energia solar distribuída instaladas do Brasil e do RN, chega-se ao número de 562 empresas atuantes no Estado atualmente, que seriam responsáveis pela geração dos mais de 3,9 mil empregos”, detalha Vilar.



O quantitativo é significativo e a expectativa é de que esse número permaneça no patamar atual ou com pequeno acréscimo para os próximos anos. “O aumento esperado na quantidade de instalações, em tese, poderá ser suprido parcialmente por um crescimento na produtividade”, prevê o vice-presidente da Aper.


Números

Energia solar distribuída no RN


18 mil

É o número de empregos gerados no setor de energia solar distribuída desde 2013


62.738

É o número de unidades conectadas à rede de energia solar de 2013 a março de 2024


612.354,97 kWp

É a potência instalada de energia solar de 2013 até março deste ano


Fonte: Aper-RN

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