terça-feira, março 12, 2024

Em novo depoimento à PF, Mauro Cid falou de vacinas, joias e golpe


O depoimento que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), prestou à Polícia Federal na segunda-feira (11) foi amplo e abordou os temas da sua delação. Segundo investigadores, ele falou de vacina, de joias e de tentativa de golpe de Estado.


Na prática, Cid robusteceu a colaboração com a PF e corroborou elementos que a investigação alcançou após o acordo ser fechado.


Segundo investigadores, Cid afirmou que o entorno de Bolsonaro alvo da operação sobre tentativa de golpe – ex-assessores e militares – e o próprio ex-presidente já tinham sido alertados que não havia fraude em urna eletrônica, e que o sistema era completamente confiável e seguro. Ainda assim, segundo Cid, seguiram se reunindo e tramando golpe.



Quem acompanhou o depoimento diz que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro relatou que, mesmo alertado, o grupo seguiu com narrativas porque desacreditar o sistema era a única forma de embasar o golpe.


As mensagens já públicas do celular de Mauro Cid confirmam, com datas, que apesar de relatórios e reuniões legitimando a segurança das urnas, o discurso continuava e os planos também, como a minuta do golpe e a suspeita de um texto editado pelo próprio Bolsonaro.


Segundo investigadores, Cid também relatou que o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, era contra o golpe, conforme já demonstraram mensagens de interlocutores de Bolsonaro, achadas no celular de Cid.


Depoimento

Cid começou a ser ouvido por volta das 15h desta segunda-feira e só foi liberado na madrugada desta terça (12), pouco depois da 0h15. Ao todo, ele esteve na sede da PF, em Brasília, por cerca de nove horas.


Cid não é investigado no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado e que deu origem à operação Tempus Veritatis (tempo da verdade), deflagrada no mês passado.


O tenente-coronel fechou um acordo de delação premiada com a PF em setembro do ano passado e, desde então, tem a obrigação de dar novas informações para a polícia para não perder os benefícios desse acordo.


Este foi o sétimo depoimento de Mauro Cid à PF. Os mais longos foram em 28 de agosto de 2023, com 10 horas, e, em 31 de agosto de 2023, com 12 horas. Veja lista completa abaixo:


3 de maio de 2023: não falou

18 de maio de 2023: não falou

6 de junho de 2023: não falou

25 de agosto de 2023: 2 horas

28 de agosto de 2023: 10 horas

31 de agosto de 2023: 12 horas

11 de março de 2024: 9 horas


Fonte: Blog da Camila Bomfim

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