O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou neste sábado (16) em um evento que marcou o lançamento da pré-candidatura do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) à Prefeitura do Rio de Janeiro, nas eleições municipais.
No pronunciamento, Bolsonaro, sem detalhar, falou em "perseguição". Também sem especificar, o ex-presidente disse não ter medo de ser julgado, desde que os juízes "sejam isentos".
Em um determinado momento do discurso, o político do PL disse que "poderia estar muito bem em outro país", mas preferiu ficar no Brasil.
"Não faltarão pessoas para te perseguir, para tentar te derrotar, vão te acusar de coisas absurdas, até de molestar uma baleia no litoral do Brasil. Poderia estar muito bem em outro país, preferi voltar para cá com todos os riscos que ainda corro. Não tenho medo de qualquer julgamento, desde que os juízes sejam isentos", declarou Bolsonaro.
O lançamento da candidatura de Ramagem à Prefeitura do Rio ocorreu na quadra da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel.
Além de Bolsonaro e apoiadores, o evento contou com a participação do governador do Rio, Claudio Castro (PL).
Plano golpista
Bolsonaro deu as declarações um dia depois de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar o sigilo de 27 depoimentos de aliados do ex-presidente e militares prestados à Polícia Federal após a realização da Operação 'Tempus Veritatis' (hora da verdade, em latim).
Os investigadores da PF apuram uma suposta trama golpista arquitetada por Bolsonaro e seu entorno após as eleições de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Entre os depoimentos, estão os prestados pelos ex-comandantes do Exército general Freire Gomes e da Aeronáutica brigadeiro Carlos Baptista Junior.
Os militares colocam Bolsonaro no centro da trama golpista. Segundo os depoimentos, o presidente não só sabia das minutas para impedir a posse de Lula como as discutiu com os chefes das Forças Armadas em reuniões no Palácio da Alvorada.
A PF afirma que Bolsonaro e seus aliados próximos planejaram um golpe de Estado para mantê-lo no poder e impedir a posse de Lula.
Fonte: g1
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