O Ministério da Saúde decidiu demitir o diretor do Departamento de Gestão Hospital da pasta, Alexandre Telles.
A decisão ocorre um dia após o Fantástico mostrar a precariedade e os problemas de atendimento da rede hospitalar federal do Rio de Janeiro.
A demissão deve ser oficializada pela ministra Nísia Trindade e publicada nos próximos dias no "Diário Oficial da União".
Problemas nos hospitais
O Fantástico entrou nas seis unidades dos hospitais federais do Rio de Janeiro, referências no atendimento de alta complexidade, como tratamento de câncer, cardiologia e transplantes.
Em muitos setores dos hospitais, há aparelhos médicos quebrados e caixas de materiais vencidos ou danificados — como utensílios cirúrgicos e próteses ortopédicas, cujo valor passa dos R$ 20 milhões.
A responsabilidade sobre quem deixou as próteses e materiais cirúrgicos perderem a validade ainda está sendo investigada.
Outro problema é a rede elétrica, que em muitos pontos está comprometida, colocando em risco a segurança de pacientes e funcionários.
No Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, um laudo da empresa responsável pela manutenção da rede já apontava, em maio do ano passado, a situação crítica, com cabos subdimensionados e superaquecidos, aumentando o risco de incêndios.
A empresa recomendou não abrir mais setores no hospital para garantir que a estrutura não cedesse. Com isso, a ala da emergência está fechada há mais de três anos, sem previsão para ser reaberta.
As condições precárias podem ainda fazer chegar menos tensão do que alguns equipamentos precisam, o que significa que aparelhos de UTI, por exemplo, podem estar funcionando abaixo da capacidade ideal, ou sequer estar funcionando.
Maior importância para o departamento de diretor demitido
Para tentar mudar a forma como os hospitais federais são administrados, o Ministério da Saúde determinou que as decisões, principalmente relacionadas a compras e contratações, sejam centralizadas no Departamento de Gestão Hospitalar, o DGH. A portaria entraria em vigor na última quarta-feira (13), mas foi adiada para 8 de abril.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, explicou que a mudança é para permitir a formação de um comitê com integrantes de várias áreas, que vão acompanhar a implementação das medidas.
O Tribunal de Contas da União, que fiscaliza as atividades dos hospitais federais no Rio de Janeiro, vai acompanhara gestão das unidades.
Fonte: g1
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