Em seu discurso proferido de cima de um trio elétrico na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou na defensiva em relação às investigações contra ele sobre a tentativa de planejar um golpe de estado.
O que se viu foi a imagem de um Bolsonaro acuado que tentou dar uma resposta ao seu eleitorado em um ambiente em que estaria livre de cair em possíveis contradições, o que poderia ter acontecido durante depoimento à Polícia Federal, onde o ex-presidente se calou na quinta-feira (22).
Sem conseguir negar provas encontradas durante investigação da Polícia federal, Jair Bolsonaro tentou se justica. No ato na Paulista, ele argumentou que não houve tentativa de golpe porque a decretação de um estado de sitio teria que ser aprovado pelo Congresso Nacional e que isso não foi feito.
Bolsonaro disse que golpe é tanque, arma e conspiração e que nada disso foi feito no Brasil. Sem levar em conta que as tentativas de golpe no mundo conteporaneo acontecessem, inclusive, atraves de manipuções em redes sociais.
A Polícia Federal encontrou um documento com argumentação golpista, similar a um rascunho de decreto, na sala do ex-presidente na sede do PL, em Brasília, em 8 de fevereiro.
O ex-presidente também tentou mexer com o emocional para diminuir a gravidade dos atos dos invasores do 8 de janeiro e pedir anistia para seus apoiadores que estão presos em razão dessa tentativa de golpe de estado. Ele afirmou não querer a existência de 'filhos órfãos de pais vivos'.
Mas o que se viu na invasão das sedes dos três poderes em janeiro foi algo muito grave conduzido de forma profissional e com método. As pessoas sabiam o que estavam fazendo ao invadirem e deprederarem o Congresso e o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto.
O evento de hoje demonstrou preocupação e temor de Bolsonaro de que algo fugisse do objetivo principal do ato, que era essa resposta do ex-presidente. Houve alerta, tanto de bolsonarista, como do próprio Bolsonaro para que neste domingo não acontecessem ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Os apelos foram atendidos e não se viu faixas e cartazes pedindo o fechamento da Suprema Corte, o impeachment de ministros e outras manifestações desta natureza.
Interessava ao grupo político de Jair Bolsonaro passar a mensagem de que, apesar do ex-presidente estar na defensiva, ele ainda é capaz de engajar politicamente e levar dezenas de milhares de pessoas para um ato em sua defesa.
O comportamento do presidente e de seus apoiadores durante a manifestação destoa do adotado em 2021, quando Bolsonaro atacou Alexandre de Moraes e disse que não cumpriria mais decisões do ministro do STF.
Fonte: Blog do Camarroti
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