O ato político em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro neste domingo (25) na Avenida Paulista, em São Paulo, mostrou o desaparecimento de um dos pilares do bolsonarismo: a ala militar.
Onipresentes ao longo dos quatro anos de mandato – mesmo depois a derrota de Bolsonaro nas urnas, com os acampamentos em frente aos quartéis do Exército –, os militares desapareceram do palanque, dos discursos e, principalmente, das faixas, cartazes e apelos dos manifestantes que estiveram no ato.
É um claro efeito do avanço das investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe militar e de reverter o resultado das eleições de 2022.
Generais sempre incensados por Bolsonaro, como seus ex-ministros Braga Netto – vice na chapa à presidência em 2022 – e Augusto Heleno, são agora investigados. E sequer foram lembrados nas falas.
Fator religioso
O apoio a Bolsonaro demonstrado neste domingo está calcado no público religioso. Mais precisamente, nas igrejas evangélicas neopentecostais.
A crise diplomática aberta com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu a partir das falas de Lula também ajudou a multiplicar as bandeiras de Israel presentes no ato.
Apesar de o judaísmo não ser uma religião cristã, as igrejas evangélicas mais conservadoras incorporaram elementos judaicos pela identificação com o Antigo Testamento, que narra a história do povo de Deus.
Representantes do agronegócio, eleitores conservadores e um público que se considera antipetista ajudaram a engrossar o movimento de apoio a Bolsonaro.
Deputados, senadores e governadores – o mais aclamado deles foi Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo – se fizeram presentes, numa demonstração de que o apoio e espólio político de Bolsonaro seguem em disputa.
Fonte: Blog da Ana Flor
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