Aliados próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acreditam que ele pode ser preso após o fim das investigações da Polícia Federal (PF) que apuram a tentativa de um golpe de Estado.
O blog conversou com fontes do entorno do presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, e do ex-presidente, que afirmaram de que há uma expectativa de que nada mais pare as investigações e que isso tenha um desfecho, com Bolsonaro podendo levar a punição máxima que é uma prisão.
A mudança de tom dos aliados de Bolsonaro mudou depois da revelação da reunião ministerial, de 5 de julho de 2022, onde o ex-presidente, junto com ministros e militares da época, discutem estratégias golpistas. Esta reunião coloca Bolsonaro na cena do crime que está sendo investigado.
Àquela altura, Bolsonaro revela temor de perder as eleições de 2022 (em que Lula venceu e se tornou presidente pela terceira vez) e cobra atitudes de seus auxiliares. Ele fala em partir para o plano B e tentar resolver a situação antes da disputa eleitoral, quando, segundo ele, já seria tarde.
No PL, há o entendimento de que não há volta para Bolsonaro com o avanço das investigações. Aliados calculam efeitos desse desfecho, com a prisão, para o quadro eleitoral, já que ele é tido como principal cabo eleitoral do PL.
Depoimentos
Enquanto Bolsonaro e outros investigados se calaram diante das perguntas da PF na quinta-feira (22), a defesa de Valdemar Costa Neto afirma que ele respondeu a todos os questionamentos.
Valdemar falou à PF por cerca de três horas e foi questionado se conhecia pessoas envolvidas com o roteiro do golpe. O advogado de Valdemar, Marcelo Bessa, disse ao blog nesta sexta-feira (23) que nunca foi cogitado que Valdemar não falasse e que ele respondeu a uma “bateria de perguntas”.
"A defesa de Valdemar Costa Neto informa que o Presidente Nacional do Partido Liberal compareceu à Polícia Federal na data de hoje, 22/02/2024, e respondeu todas as perguntas que lhe foram feitas. A defesa não fará qualquer comentário sobre as investigações", diz nota enviada pelos advogados do presidente do PL.
Quem também respondeu às perguntas, de acordo com seu advogado, foi o ex-ministro da Defesa Anderson Torres.
Outros investigados optaram por exercer o direito de ficar em silêncio:
Jair Bolsonaro (ex-presidente)
Augusto Heleno (general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional)
Mário Fernandes (ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência)
Almir Garnier (ex-comandante geral da Marinha)
Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
Walter Souza Braga Netto (ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro)
Ronald Ferreira de Araújo Junior (oficial do Exército)
Fonte: Blog da Andréia Sadi
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