O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou nesta quarta-feira (13) ter "diferenças profundas" com o governo Lula, integrado pelo indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, mas que não perderá a "civilidade".
Moro deu a declaração ao comentar uma foto na qual aparece abraçado com Flávio Dino, cumprimentando o ministro da Justiça, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
"Eu fui até aí cumprimentá-lo [Dino], acho que é um dever de cordialidade e civilidade. Vossa excelência me perguntou algo, eu achei graça e dei uma risada. Tiraram várias fotos, já está viralizando, como se isso representasse minha posição", disse Moro.
"Eu sempre deixei muito claro que tenho diferenças com o atual governo, e vossa excelência faz parte do governo, tenho diferenças profundas, e tenho sido um crítico, inclusive, da gestão de vossa excelência, mas não perderei a civilidade. E acho que esse país precisa disso, para que nós possamos diminuir a polarização", completou o ex-juiz da Lava Jato.
Moro disse que o simples gesto gerou uma "celeuma" nas redes sociais e que o cumprimento a Dino não tem relação com o seu voto na análise da indicação feita por Lula.
Dino foi sabatinado pela CCJ nesta quarta-feira. Para tomar posse como ministro do STF, o ministro da Justiça precisará receber os votos favoráveis de pelo menos 41 dos 81 senadores.
Na sabatina, Sergio Moro perguntou a Dino se, como ministro do STF, deixará de usar redes sociais, como o X, antigo Twitter. Flávio Dino disse que não deletará perfis em redes sociais, mas deixará de lado o que classificou como "atuação política" na internet.
Dino evita embates na CCJ
Além de Flávio Dino, o subprocurador Paulo Gonet, indicado por Lula à Procuradoria-Geral da República, também foi sabatinado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado nesta quarta-feira.
Até a última atualização desta reportagem, a previsão de uma sessão "tensa" – feita por líderes partidários no Senado – ainda não tinha se confirmado.
Como sabatinados, tanto Dino quanto Gonet evitaram responder às perguntas mais "polêmicas" sobre temas espinhosos ou momentos controversos de suas trajetórias.
Adotaram, como escudo, a tese de que não seria ético adiantar posicionamentos sobre casos concretos.
Fonte: g1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!