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quinta-feira, dezembro 14, 2023

Quem é 'Mestrão', que aconselhou Moro a não declarar voto a favor de Dino para o STF

Mensagem no celular do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) durante sessão no plenário do Senado, em Brasília, na quarta-feira, 13 de dezembro de 2023. — Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Após ser fotografado abraçando o ministro da Justiça, Flávio Dino, durante sabatina no Senado nesta quarta-feira (13), o senador de oposição Sergio Moro (Podemos-PR) foi alvo de outro flagra: um de seus contatos no celular, "Mestrão", pediu que ele evitasse aparecer declarando voto a favor do indicado do presidente Lula para o Supremo Tribunal Federal (STF).


A conversa, via mensagem de celular, foi fotografada e divulgada pelos jornais "O Estado de S. Paulo" e "O Globo".


Dino passou pela sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e depois foi aprovado pelo plenário da Casa. Ele é um dos ministros do governo mais criticado pela oposição. Por isso, o abraço do oposicionista Moro em Dino durante a sabatina mexeu com as redes sociais.



"Sergio, o coro [sic] está comendo aqui nas redes, mas fica frio que ja já passa", escreveu o contato de nome "Mestrão", enquanto circulavam nas redes sociais as fotos do abraço de Moro e Dino.


Ministro Flávio Dino, indicado ao STF, e senador Sergio Moro (União-PR) se cumprimentam durante sabatina no Senado — Foto: Pedro França/Agência Senado


"Só não pode ter vídeo de você falando que votou a favor [de Dino], se não isso vai ficar a vida inteira rodando", alertou em seguida o interlocutor do senador.


O telefone salvo na agenda de Moro como "Mestrão" é do assessor Rafael Travassos Magalhães, de 28 anos, auxiliar de redes sociais do parlamentar.


"Mestrão" foi contratado em agosto deste ano para atuar no gabinete de apoio de Moro no Paraná, na função de auxiliar parlamentar intermediário, com salário de cerca de R$ 7,1 mil.



Antes de assumir o cargo comissionado no gabinete de Moro, Mestrão trabalhou no gabinete do deputado estadual paranaense Ricardo Arruda (PL), entre 2016 e 2018, segundo registros da Assembleia Legislativa do Paraná.


Como revelou o jornal "O Globo", Mestrão foi citado em uma investigação sobre suposta prática de "rachadinha" — recolhimento de parte dos salários dos assessores — no gabinete de Arruda na Assembleia.


O assessor teria recebido o apelido de Mestrão por ter o costume de se referir a seus interlocutores como "mestre".


O que diz Moro

Em nota, a assessoria do senador paranaense afirmou que Mestrão "não tem ou tinha conhecimento do voto referente à indicação ao STF".


"A pessoa em questão, sem ter informação do voto do senador Sergio Moro, fez a sugestão somente porque distorceram o posicionamento do parlamentar nas redes após cumprimento ao ministro Dino. Em resposta, o senador disse que iria manter o sigilo do voto, que é um instrumento de proteção contra retaliação", informou.


O g1 tentou contato com "Mestrão" por meio de telefonema e da assessoria do gabinete de Moro, mas ele não foi localizado.


Fonte: g1

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