Na reunião com lideranças políticas de Alagoas, na manhã desta terça-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicitou preocupação com a possível instalação da CPI da Braskem.
Como antecipou o blog, Lula decidiu entrar pessoalmente no caso. A mina de exploração de sal-gema da Braskem em Maceió colapsou e causou o afundamento do solo em parte da cidade.
Estiveram com o presidente no Palácio do Planalto autoridades como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o senador Renan Calheiros (MDB-AL), o governador do estado, Paulo Dantas, e o prefeito de Maceió, JHC.
Lula deixou claro para os presentes que, "uma CPI, você sabe como começa, mas não como termina".
Segundo participantes do encontro, o presidente disse que "nenhum governo gosta de CPI". A preocupação no Planalto é o potencial desta CPI para gerar instabilidade política no Congresso. Ainda mais neste momento em que o governo precisa aprovar uma intensa pauta econômica no Senado e na Câmara.
Ficou entendido pelo grupo de autoridades alagoanas que o governo vai criar uma espécie de comitê para o caso Braskem. O comitê serviria, por exemplo, para dar assistência à população afetada e auxiliar no problema de déficit de moradia, já que habitantes da área afetada tiveram que ser removidos.
A reunião demorou 3 horas. Muito mais do que o previsto.
Instalação da CPI
Quem deve ser o presidente no ato de instalação da CPI é o senador Otto Alencar (PSD-BA), mais idoso entre os senadores inscritos no colegiado.
Inicialmente, ele sinalizou que não convocaria a reunião de instalação antes de fevereiro. Mas, depois de apelo do senador Renan Calheiros, aceitou instalar a comissão nesta quarta (13). Serão eleitos presidente e relator, mas não será discutido plano de trabalho.
Os trabalhos da CPI só devem começar em fevereiro. Esse o prazo para que sejam tomadas soluções para a crise da Braskem.
O grande temor do governo é que a CPI colocaria em pé de guerra Renan e Lira, dois dos parlamentares mais influentes de Alagoas e adversários políticos. Renan é aliado do governo, e Lira detém o poder da pauta de votações na Câmara. Para o governo, não é conveniente um atrito maior entre ambos.
Fonte: Blog do Camarotti
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