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terça-feira, dezembro 05, 2023

'Alvos importantes' envolvidos no tráfico de armas foram identificados e novas investigações estão em desenvolvimento, diz PF

PF faz operação contra suspeitos de entregar 43 mil armas para facções brasileiras — Foto: Investigação internacional/Cooperação policial internacional

Nesta terça-feira (5), em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, o diretor da divisão de combate ao crime organizado da Polícia Federal, Ricardo Saadi, disse que muitos alvos importantes envolvidos no tráfico de armas foram identificados no Brasil e no Paraguai e que novas investigações estão em desenvolvimento.


O argentino Diego Hernan Dirísio, principal alvo da operação, é considerado o maior contrabandista de armas da América do Sul. Por meio da empresa IAS, com sede no Paraguai, ele importava cerca de 15 mil armas por ano e repassa parte desse arsenal para chefes de facções brasileiras.


É o que aponta a investigação que culminou em operação deflagrada nesta terça, com prisões no Brasil e no Paraguai.


Além de Dirísio, também foram identificados nomes importantes das forças armadas do Paraguai, incluindo integrantes da Dimabel, o órgão paraguaio responsável por controlar, fiscalizar e liberar o uso de armas.


Entre os investigados estão o general Arturo Javier González Ocampo, que até pouco tempo atrás ocupava o cargo de Chefe do Estado Maior General da Força Aérea do Paraguai e o general Jorge Antonio Orue Roa, que foi diretor do órgão no período em que a empresa IAS realizou importações que teriam como destino o Brasil.


Dentre os integrantes da Dimabel, também são investigados um coronel, um tenente, uma capitã e um homem que seria responsável por passar informações para Dirísio sobre apreensões de armas no Brasil.



Não para por aí. Saadi afirma que há novas investigações em desenvolvimento, uma vez que mapearam o modo de atuação da organização criminosa, e que as operações serão deflagradas a seu tempo.


Em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, o superintendente da Polícia Federal na Bahia, Flávio Albergaria, disse que desde o início da investigação há três anos, Dirísio movimentou R$ 1,2 bilhão em armas. Ele já importava e vendia armas há mais de uma década, explicou Albergaria.


"Os EUA, justamente por essas armas estarem caindo nas mãos do crime organizado, suspenderam a exportação para o Paraguai. Ele passou a buscar novos fornecedores. Ele buscou na Croácia, que também suspendeu a exportação e, na sequência, partiu para outros países da Europa como a República Tcheca, a Eslovênia e a Turquia."

Dirísio é suspeito de fazer parte de um esquema que entregou 43 mil armas para os chefes das maiores facções do país — Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho —, movimentando R$ 1,2 bilhão. Ele está foragido.


Segundo o blog apurou, a PF tem informações de que Dirísio confirmou raspar o número nas armas e os logos. Em alguns modelos, ele remarcava a marca Colt falsamente em cima (veja imagem). Além disso, há suspeita por parte da Interpol de que o argentino também fabricava fuzis com logo falso.


Fonte: Blog da Andreia Sadi

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