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terça-feira, novembro 21, 2023

Suspeito de atirar na saída de show de MC Daniel se entrega à polícia e admite disparos

Suspeito se apresenta na sede da Deic em Campinas — Foto: Heitor Moreira/EPTV

O homem suspeito de ter atirado contra uma balada no bairro Cambuí, em Campinas, se apresentou à polícia na tarde desta terça-feira (21) e admitiu os disparos. Gustavo de Queiroz havia sido expulso da casa noturna após uma confusão com o cantor MC Daniel, atração da noite. Três pessoas foram atingidas pelos tiros. Um professor morreu e duas jovens ficaram feridas.


O suspeito chegou por volta de 16h20 acompanhado do advogado e se apresentou na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), vinculada à Deic (Divisão Especializada de Investigações Criminais). Veja no vídeo acima.


Suspeito admitiu disparos

A Justiça já tinha decretado, a pedido da Polícia Civil, a prisão temporária de Gustavo, por isso, ele vai permanecer preso por, pelo menos, 30 dias. Antonio Gonzales, advogado de defesa, afirmou que o suspeito admitiu que fez os disparos após ter sido agredido por seguranças.



"O que ele alega é que ele foi agredido dentro da boate, supostamente por seguranças, que colocaram ele para fora. Além disso, eles tinham bebido demais naquela noite, consumido muita bebida lá na própria casa noturna, o que ajudou a fomentar tudo isso, mas as agressões que ele sofreu acabaram perdendo a cabeça e teria, na hora de passar, dado alguns disparos em direção à casa, mas a alegação dele é não com intenção de acertar ninguém", afirmou o defensor.

Gonzales negou que Gustava tenha se envolvido numa confusão com o cantor MC Daniel e afirmou que, na verdade, ele foi confundido.


"Ele [Gustavo] não teve confusão direta com o MC que estava se apresentando. Ele alega que alguém criou uma confusão naquele ambiente ali próximo ao palco do MC, confundiram outra pessoa com ele e já partiram para tirá-lo daquele local, obrigando ao pagamento da conta e a saída da casa".


Imagem do momento do crime

Uma câmera de segurança registrou o momento dos disparos. O crime aconteceu por volta das 5h45 do último sábado (18). Nas imagens, conseguidas com exclusividade pela EPTV, afiliada da TV Globo, é possível ver um carro parando em frente à casa noturna.


Logo em seguida, um homem saca uma arma de fogo e atira contra as pessoas que estavam na calçada, atingindo o professor Wellington Fernando Aparecido Mariano e duas mulheres.


As duas mulheres que também foram atingidas pelos disparos tiveram ferimentos nos pés e foram socorridas. Elas não correm risco de morte.


Artista lamentou a morte

O MC Daniel lamentou a morte do professor baleado e desejou recuperação às duas mulheres também atingidas. Em postagem nas redes sociais, o artista se colocou à disposição da polícia para ajudar nas investigações e confirmou que houve um tumulto dentro da boate, antes do tiroteio.


Motivação do crime seria vingança por expulsão da balada; entenda dinâmica:

Gustavo se envolveu em confusão com MC Daniel, que solicitou a remoção dele do local

Seguranças expulsaram Gustavo e o amigo dele André da casa noturna

Gustavo, antes de ir embora, ameaçou os seguranças

Gustavo e André buscaram uma arma e voltaram para a balada

André parou o carro na frente da casa noturna e Gustavo fez os disparos

Três pessoas foram atingidas: um professor morreu e duas jovens ficaram feridas

André, apontado pela polícia como motorista do carro, foi preso

Gustavo, apontado como o atirador, fugiu e é procurado pela polícia de Campinas


Artista confirma confusão

Na versão do responsável pela balada na noite desta segunda-feira (20), o criminoso tentou subir no palco, mas foi contido pelos seguranças e expulso do local.


"O cantor e todo mundo pediu para tirar ele da casa, até fazendo um coral, tipo: 'ih, fora, ih fora'. Os seguranças juntaram e tiraram ele para fora. Aí ele ficou fazendo ameaças de que ia voltar, que ia fazer alguma coisa contra a casa. A gente foi e colocou ele para fora. Passou algum tempo, ele e o amigo dele pararam o carro lá na porta e efetuaram os disparos".

A assessoria de MC Daniel disse que objetos foram arremessados no cantor por um homem e que, por isso, o artista pediu que a segurança o retirasse do local.


"Realmente houve uma situação na boate, indivíduos arremessaram um objeto no cantor, que prontamente parou o show e pediu para os seguranças retirarem a pessoa envolvida do local. Mc Daniel não sabe dizer se são as mesmas pessoas que foram retiradas da boate com os que efetuaram os disparos na porta do evento, pois não estava presente no momento do ocorrido", diz a nota.

Segurança checou comanda de vítimas baleadas

Na entrevista à EPTV, as duas jovens baleadas na saída da balada disseram que a equipe de segurança da casa noturna checou a comanda delas e dos homens que as estavam socorrendo antes de liberar a saída.


Uma das baleadas relatou que três meninos foram ajudar as duas, que começaram a passar mal por conta da dor e do sangue, e então o gerente pediu para a segurança checar as comandas de todos.


"Um dos meninos já estava com a comanda paga e me pegou no colo e aí na hora que a gente foi sair o gerente ficou gritando lá na frente 'a comanda, a comanda', sendo que a gente já tava com todas as comandas certas. Eles cobrando a comanda da gente inclusive baleada", contou a jovem, que preferiu não se identificar.

À EPTV, o gerente da casa noturna Milk Club admitiu por telefone que a equipe de segurança conferiu a comanda dos envolvidos, chamou a atitude de "despreparo" e afirmou que responsável já foi dispensado.



"Houve um despreparo da segurança ter falado que tinha que pagar a comanda dela. Teve esse despreparo do segurança. Ele foi até dispensado, porque isso é um absurdo, a pessoa estar baleada e ele se preocupar com a comanda da pessoa".

Um foi preso e outro segue procurado

O crime aconteceu na madrugada de sexta-feira (17) para sábado (18). Disparos foram feitos em frente da casa noturna, que fica no Cambuí, bairro nobre de Campinas. O professor Wellington Fernando Aparecido Mariano, de 26 anos, morreu e duas jovens ficaram feridas.


Wellington Fernando Aparecido Mariano, de 26 anos, era professor em Limeira; alunos lamentaram a morte em posts — Foto: Reprodução/Instagram

A Guarda Municipal de Campinas (SP) localizou e apreendeu o carro prata utilizado pelo atirador ainda no sábado. O homem apontado como motorista do veículo, André Cruz, foi preso e Gustavo de Queiroz, apontado como o atirador, segue desaparecido e é procurado pela polícia.



Segundo o depoimento do suspeito preso, ele e o amigo arrumaram uma confusão na boate e foram expulsos. Ele completou que os dois foram agredidos por funcionários da casa noturna. Então, resolveram pegar a arma e voltar ao local.


O suspeito preso afirmou que estava com a pistola calibre 9 mm há cinco dias e deixou escondida em um mato. Ao serem expulsos, os dois buscaram a arma e voltaram para a balada.


O preso contou que ficou na direção do carro e o amigo efetuou os disparos sem nem descer. Em seguida, eles fugiram e o autor dos disparos ficou com o carro e a arma.


André Cruz (à esq.) e Gustavo de Queiroz, suspeito de efetuar os disparos em frente a boate em Campinas — Foto: Reprodução/EPTV


Boate lamentou o crime

Segundo o boletim de ocorrência, o gerente da boate, chamada Milk, afirmou que a briga ocorreu no caixa do bar, quando o suspeito de ter disparado foi pagar a conta.


A empresa emitiu uma nota na noite de domingo (19) em que diz condenar o ocorrido, se compadece com os familiares e que está à disposição das autoridades para auxiliar no esclarecimento do crime.


Boate Milk, de Campinas (SP), publicou nota nas redes sociais após tiroteio em frente ao estabelecimento matar um jovem e ferir duas mulheres na madrugada deste sábado (18) — Foto: Reprodução/Redes Sociais


Fonte: g1

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