O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vai dar um jantar na noite desta quinta-feira (30), para articular votos para a sabatina de Flávio Dino , indicado por Lula a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O líder já avisou senadores e líderes partidários sobre o encontro, que será na casa dele.
Além de senadores e líderes de partidos, o próprio Dino estará no jantar — o que permitirá o corpo a corpo de candidato com os senadores. Essa articulação política, feita de forma pessoal, num ambiente menos formal e mais amigável , como um jantar, é essencial para garantir votos a Dino.
O entendimento, no governo, é que o foco das articulações tem que ser na sabatina à vaga ao STF, já que a indicação de Paulo Gonet ao comando da Procuradoria-Geral da República não enfrenta resistências nem na oposição. Ele é conservador e isso agrada todos os polos no Senado.
Já o ministro Flávio Dino tem situação diferente. Senadores dizem que, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na sabatina, o apoio está mapeado e o voto é aberto. A articulação que tem que ficar bem azeitada é a no plenário, segunda fase da análise da indicação. Lá, o governo precisa de pelo menos 41 votos — e para não passar susto, tem que ter margem de 45 votos , pelo menos.
Dino tem chances de ver seu nome aprovado, mas precisará do empenho de senadores da base e de negociações e compensações que o governo possa fazer.
A oposição tem resistência a ele que personificou, no governo Lula, o duelo com bolsonaristas em todas as arenas: no Congresso e nas redes sociais. Dino sempre de foi de ofensiva e de defesas firmes — com conhecimento técnico e oratória, o que irritava essa ala bolsonarista.
As negociações dão conta de um placar de 48 votos a favor de Dino — mas esse número pode mudar e depende de muitos fatores, inclusive do tom das conversas no Senado a partir de agora.
Fonte: Blog da Camila Bomfim
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