O diretor do Arsenal de Guerra em São Paulo será exonerado do cargo após o furto de 21 metralhadoras em um quartel em Barueri, na Grande São Paulo. A informação foi dada nesta quinta-feira (19) pelo General de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste.
Segundo o general:
Há militares envolvidos no desvio, mas a quantidade e nomes dos militares serão mantidos em sigilo
Militares temporários serão expulsos
Militares de carreira serão submetidos a conselho de justificação ou disciplina, caso seja comprovada a participação deles
Todos os processos da organização militar estão sendo revistos e, paralelamente à investigação, os militares que tinham encargo de fiscalização e controle poderão ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar por eventuais responsabilidades
"O Exército considera esse episódio inaceitável e não medirá esforços para responsabilizar os autores e recuperar todo o armamento no mais curto prazo. Tudo está sendo investigado, e os ilícitos e desvios de conduta serão responsabilizados nos rigores da lei", garantiu.
"A linha de investigação mais provável é a de que as armas foram desviadas mediante furto com participação de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo, embora nenhuma hipótese tenha sido descartada até o presente momento. Há possibilidade de o extravio ter ocorrido no lapso temporal de 5 a 8 de setembro", disse o general.
Segundo ele, a decisão de exonerar o responsável pelo Arsenal de Guerra foi tomada pelo comandante do Exército, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.
AO VIVO: Exército dá entrevista coletiva sobre furto de metralhadoras em SP
Também nesta quinta, 8 das 21 metralhadoras que foram furtadas do Arsenal de Guerra foram recuperadas na Zona Oeste do Rio pela Polícia Civil fluminense. A apreensão foi feita por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Como o furto foi descoberto
O general Maurício contou que o armamento é diariamente conferido, no entanto, comentou que a última conferência oficial feita antes do descobrimento do furto ocorreu em 6 de setembro, ou seja, mais de um mês antes da ocorrência.
"Essas armas ficam numa reserva de armamento, por serem inservíveis, essa reserva é lacrada e é conferido diariamente esse lacre. Houve, no dia 10 de outubro, a verificação de uma possibilidade de ter um arrombamento ali, de uma troca de cadeado, e era possível forçar a porta para poder entrar. Além do cadeado, havia um lacre nessa reserva. O que realmente ocorreu foi que o lacre foi substituído, mas também o cadeado", explicou.
"Nesse dia, descobrimos que havia sido subtraído esse armamento. A última conferência oficial que houve dessa sala ocorreu no dia 6 de setembro, foi o último dia que entraram para retirar armamentos."
Segundo o militar, as armas do arsenal "estão sendo verificadas junto ao inquérito policial militar. "Há câmeras e todo esse material foi recolhido", disse.
Qual é a função do arsenal
O general Maurício explicou que o Arsenal de Guerra não armazena fuzis de forma orgânica. Segundo ele, o arsenal é uma organização militar de manutenção.
"Ele recebe esse armamento de outras organizações militares da região de São Paulo para fazer a manutenção. [Os armamentos] entram ali indisponíveis e há uma verificação se a recuperação é econômica. Se for antieconômica, há um processo de desfazimento, ou seja, esse material é inutilizado e retirado do patrimônio do Exército."
Exército investiga militares
O Exército investiga se pelo menos três militares do quartel de Barueri, na Grande São Paulo, participaram do furto das 21 metralhadoras de guerra a pedido de facções e se o crime foi cometido a partir do feriado de 7 de setembro e se continou nos dias seguintes.
As informações acima foram confirmadas nesta quinta-feira (19) pela TV Globo e g1 com fontes ligadas à investigação e também parentes dos militares que continuam impedidos de sair do Arsenal de Guerra depois que o desaparecimento delas foi confirmado. Atualmente, cerca de 160 militares estão "aquartelados" no quartel desde a semana passada. Todos tiveram seus celulares confiscados e estavam trabalhando entre os dias 6, 7 e 8 de setembro.
Antes, aproximadamente 480 tinham sido "retidos" inicialmente. Mas na terça-feira (16) 320 deles foram "soltos" para voltarem para suas casas. Mais de 50 militares já foram ouvidos pelo Exército no Inquérito Policial Militar (IPM) que apura o sumiço das metralhadoras.
Fonte: g1
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