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segunda-feira, setembro 25, 2023

'Brasil inteiro torcendo para que isso acabe e que culpados sejam punidos', diz ministro da Defesa sobre investigação de militares


O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse na tarde desta segunda-feira (25) que o país inteiro torce para que investigações sobre militares golpistas acabem logo e que eventuais culpados sejam punidos.


Múcio deu a declaração após reunião, na sede do ministério, com o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), com o comandante do Exército, general Tomás Paiva, e com o comandante da Aeronáutica, almirante Marcelo Damasceno.


Segundo a colunista do g1 Daniela Lima, o encontro ocorre em meio a um esforço do ministro para enfatizar o compromisso das Forças Armadas com a democracia. Segundo o blog, Múcio começou a agendar uma série de conversas do comandando do Exército com parlamentares.



"O Brasil inteiro está torcendo para que isso acabe e que os culpados sejam punidos, que aqueles que estão na fila dos suspeitos e são inocentes deixem de suspeitos para que a gente possa olhar para frente", afirmou o ministro.


A conversa também serviu para tratar de eventuais convocações de militares das Forças Armadas para depoimentos na CPI dos Atos Golpistas, no Congresso.


Múcio disse que o Ministério da Defesa não se opõe a nenhuma convocação e que o espírito da pasta é de cooperação, para esclarecer o mais rápido possível as responsabilidades de cada um.


O senador perguntou se tínhamos alguma restrição a algum possível nome. Antes que ele falasse algum nome, disse que não só não temos como, se tivéssemos, não poderíamos dizer, porque isso seria prova de que temos alguma preocupação, que não temos", explicou Múcio.


Delação de Mauro Cid

Na semana passada, foi revelada a informação de que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), falou em delação premiada sobre uma reunião entre Bolsonaro e os então chefes das Forças Armadas, no ano passado, para discutir a possibilidade de um golpe de Estado.



A informação foi revelada pelos jornalistas Bela Megale, no jornal O Globo, e Aguirre Talento, no UOL – e obtidas também pelo blog da Camila Bomfim.


No depoimento, segundo investigadores, Mauro Cid detalhou que:


houve uma reunião entre Jair Bolsonaro e integrantes da Marinha, após o segundo turno das eleições, para tratar de uma proposta de golpe militar;

no encontro, os envolvidos trataram especificamente de uma minuta, ou seja, um rascunho de decreto golpista;

além de militares, havia integrantes do chamado "gabinete do ódio" na reunião;

não é possível dizer que a minuta em discussão era a mesma encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres;

o documento discutido na reunião tratava de uma série de ilegalidades, incluindo afastamentos de autoridades ;

a ideia foi recebida com entusiasmo pelo representante da Marinha, mas o Exército ficou mais reticente;

o plano não foi adiante em razão da falta de adesão.

Após a revelação, o ministro da Defesa disse que buscará esclarecimentos sobre o caso.


"Na realidade, isso não mexe conosco porque trata de pessoas que pertenceram aqui. Pessoas que estão na reserva, os citados. Nós desejamos muito que tudo seja absolutamente esclarecido. Precisamos desses nomes", disse Múcio.


"Evidentemente que constrange esse ambiente que a gente vive. Essa aura de suspeição coletiva nos incomoda. Mas essas coisas que saíram hoje [são] relativas a governo passado, comandantes passados", prosseguiu.


Fonte: g1

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