A diretora e seis servidoras de uma creche pública de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, foram afastadas suspeitas de terem feito uma aposta para descobrir quantas “arrobas” um menino de três anos, aluno da unidade, pesava. Arroba é uma unidade de medida usada para pesar bois.
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) disse que instaurou procedimento administrativo para apurar os fatos. Foi a própria mãe da criança que pediu à vereadora Priscila Pitta (Cidadania) para que denunciasse o caso no MPRJ depois de ter sido alertada por outras mães sobre o ato discriminatório.
Ao g1, a mãe da criança, que não quis se identificar, contou como soube da situação com o seu filho.
“Eram três mães, me perguntando se eu já sabia o que estava acontecendo. Falei que não. Elas perguntaram: a escola não te falou? Eu falei, não! Me contaram que meu filho tinha sido pego por sete funcionárias da creche, saído da sala, ido até a cozinha, onde tinha feito um bolão para saber o peso dele”, contou a mãe consternada.
De acordo com texto da denúncia feita pela vereadora, inconformadas com a prática cruel "em um ambiente que deveria garantir a segura e o bem-estar desta criança", outras professoras denunciaram o ocorrido expondo o "print" de uma conversa em que a ganhadora do bolão passa a chave do pix (foto acima) para receber a quantia de R$ 10 de cada participante.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação repudiou os fatos e disse que não medirá esforços para que tudo seja apurado. O município informou que também se colocou à disposição da criança e dos familiares para prestar todo apoio e suporte necessários. Disse ainda que foi aberto um PAD (Processo Administrativo Disciplinar) e que já determinou o afastamento cautelar das servidoras desde a semana passada.
Diante da repercussão do caso, o Prefeito de Nova Friburgo Johnny Maycon, que está em agenda oficial em Brasília nesta terça (29), se manifestou nas redes sociais. Ele reforçou o afastamento preventivo das servidoras e se solidarizou com o garoto e a família.
O afastamento preventivo por 30 dias foi publicado no diário oficial eletrônico na segunda feira (28). O g1 apurou que a diretora, ao saber que a história tinha se espalhado na escola no inicio do mês, pediu exoneração do cargo.
Por se tratar de um serviço público, as servidoras envolvidas no caso não podem ser demitidas. Somente após a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar, incluindo o direito de defesa das mesmas. A abertura do PAD é uma obrigação das prefeituras sempre que acontecem casos semelhantes.
Enquanto aguarda o processo disciplinar, a mãe do menino desabafou:
“É frustrante, agoniante saber que seu filho continua lá, num lugar que coloca achando que ele vai ter amor e carinho. Claro, tem muita professora lá boa, que estão indignadas com a situação… mas esses sete funcionários não deveriam nem estar lá ainda” , concluiu a mãe do menino.
Fonte: g1
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