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quarta-feira, agosto 30, 2023

Militares anunciam golpe de Estado no Gabão e fecham a fronteira do país

Militares gaboneses em pronunciamento na televisão, em 30 de agosto de 2023 — Foto: Gabon 1ere/Reuters

Militares do Gabão anunciaram um golpe de Estado nesta quarta-feira (30), em rede nacional, após a divulgação dos resultados das eleições gerais do país. As fronteiras também foram fechadas, segundo o grupo.


Altos oficiais militares gaboneses foram até a rede de televisão nacional para reivindicar a tomada de poder. Se o golpe for bem-sucedido, será o oitavo em países do Oeste ou da África Central desde 2020.


O presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba, está no poder há 14 anos e foi reeleito com cerca de 64% dos votos para um terceiro mandato, segundo a autoridade eleitoral do país.



Durante o pronunciamento televisivo, os militares afirmaram que as eleições do país estavam anuladas devido à falta de credibilidade na disputa.


"Em nome do povo gabonês, nós decidimos defender a paz e colocar um fim no regime atual", afirmaram os militares na televisão.

O grupo anunciou ainda que todas as instituições estatais estavam dissolvidas. Segundo a agência de notícias AFP, tiros foram ouvidos na capital Libreville. O serviço de internet também enfrentou instabilidade.


O chefe de Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que acompanha o caso e que o bloco deve discutir a situação no Gabão.


"Se for confirmado, é um outro golpe militar que aumenta a instabilidade em toda a região", disse, acrescentando que a situação é um grande problema para a Europa.

Uma empresa de mineração da França que atua no país anunciou que suspendeu todas as operações devido aos acontecimentos.


Presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba, em imagem de arquivo — Foto: Tiksa Negeri/ Reuters


Disputas na África

O Gabão fica África Central, na costa oeste do continente. Essa não é a primeira vez que o presidente do país sofre uma tentativa de golpe de Estado.


Em 2019, militares que tentaram tomar o poder acabaram sendo presos. À época, o governo determinou um toque de recolher na capital e cortou o acesso à internet.


Recentemente, outro país africano que enfrentou um golpe militar é o Niger. Uma junta militar tomou o poder no fim de julho. O país era uma das poucas democracias na região conhecida como Sahel, que abrange uma faixa do continente africano.


Além do Níger, Mali e Sudão também estão sob comando militar. Ambos os países têm atuação do Grupo Wagner, que é ligado à Rússia.


Especialistas afirmam que a África tem se tornado um campo de batalha entre a Rússia e o Ocidente, com disputa por influência na região do Sahel. Recursos naturais abundantes em alguns países africanos são um ponto importante no interesse pela região.


Fonte: g1

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