O advogado que defende o hacker Walter Delgatti Neto, da "Vaza Jato", preso nesta quarta-feira (2) pela Polícia Federal, disse que seu cliente teve encontros no Ministério da Defesa para debater a segurança das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições.
“Segundo Walter, ele esteve, sim, no Ministério da Defesa, acompanhou algumas reuniões acerca da confiança das urnas. Ele realmente esteve lá e prestou algum serviço, mas ele também recebeu propostas de invasões", disse o advogado Ariovaldo Moreira em entrevista ao Estúdio i, na GloboNews, nesta quarta-feira (2).
Sobre as propostas de “invasões”, no entanto, Moreira diz que não tem provas. "São especulações e versões apresentadas pelo Walter. O computador dele foi apreendido e é muito provável que, quando a Polícia Federal periciar esse computador, irá chegar à conclusão de que o Walter não está mentindo", disse.
O advogado afirmou também que Delgatti Neto foi o responsável por elaborar perguntas que foram apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em ofício do Ministério da Defesa, questionando a segurança das urnas eletrônicas, bem como o idealizador do falso mandado de prisão contra Alexandre de Moraes. “É difícil acreditar, mas é verdade”, afirmou o defensor.
Operação
Nesta quarta, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), no apartamento e no gabinete dela, e também prendeu o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter dado origem à chamada "Vaza Jato" ao invadir telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato.
A PF investiga a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos em sistema da Justiça. Os investigadores apuram se Delgatti Neto invadiu o site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inseriu documentos fraudados no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões – incluindo um falso mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que também determinou apreender o passaporte da parlamentar e dinheiro e bens acima de R$ 10 mil.
A defesa de Carla Zambelli confirma as buscas e nega irregularidades da deputada. Em nota, disse que "respeita-se a decisão judicial, contudo, refuta-se a suspeita que tenha participado de qualquer ato ilícito". Em entrevista na Câmara, a deputada afirmou fez pagamentos a Delgatti Neto, mas por serviços que ela contratou para o seu site.
O advogado de Walter Delgatti Neto confirmou a prisão ao blog e informou que seu cliente está em Araraquara, no interior de São Paulo. A defesa disse que não teve acesso à decisão e que só autoriza depoimento do cliente se também estiver presente.
Fonte: Blog da Andréia Sadi
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