Ladrão de joias e consumado golpista, o ex-presidente Jair Bolsonaro acrescentou mais um responsável por sua eventual condenação: os militares, seus antigos companheiros de farda.
Bolsonaro, o ingrato. Não fosse o apoio dos militares, ele não teria sido eleito em 2018; e se fosse, correria o risco de não assumir. O escândalo da rachadinha estourou entre uma coisa e outra.
Os militares ajudaram-no a governar, e até certo ponto impediram que cedesse aos seus instintos mais rudes. Sem eles, não teria se candidatado à reeleição. E sem parte deles, não teria havido o 8/1.
Com o golpe fracassado e a descoberta do roubo das joias, Bolsonaro sente-se agora abandonado pelas Forças Armadas. Esperava que elas pressionassem a Justiça para deixá-lo solto.
Ocorre que os militares atravessam também dificuldades. Uma ou mais de uma dezena deles está sendo investigada. A imagem da farda foi emporcalhada, com a queda da confiança nela.
No momento, os militares têm mais com o que se preocupar. Um tenente-coronel, Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, está preso. O pai dele, o general Mauro Lourena Cid, pode ser.
Cid filho bateu continência a todos os desmandos de Bolsonaro nos últimos quatro anos. Cid pai cedeu aos apelos do filho e meteu-se na operação ilegal de recompra das joias vendidas no exterior.
A pressão que os militares exercem sobre a Justiça, hoje, é para livrar os seus de penalidades. Bolsonaro deixou de ser um deles.
Fonte: Metrópoles
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