O advogado de Walter Delgatti Neto afirma que "é uma perda de tempo" o pedido de quebra de sigilo bancário e telemático do hacker pela CPI dos Atos Golpistas nesta quinta-feira (24). O motivo é que, segundo Ariovaldo Moreira, o computador e o celular de já foram apreendidos há muito tempo pela Polícia Federal (PF).
“Nas contas bancárias dele, não vão encontrar nada. E se quiserem analisar o que tem de telefonema, registro em computador, basta levar um HD de 8 terabytes na PF e pedir todo material que eles tem lá.”
O advogado se refere à investigação da Vaza Jato e da invasão dos sistemas da Justiça. Segundo Moreira, a polícia já tem tudo e vastaria a CPI pedir pelo compartilhamento de informações. “Mesmo assim, não vai ter novidade”.
Para Moreira, o que mais interessa atualmente nas investigações sobre o hacker é o episódio das cinco visitas que ele diz ter feito ao Ministério da Defesa para tratar de supostas fragilidades das urnas eletrônicas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). É neste ponto que o depoimento de Delgatti à PF se sustenta: datas, idas, horários e entradas pelos fundos do ministério.
“Cabe agora à PF e ao Ministério da Defesa ir atrás de registros das visitas, das imagens, que comprovem o que o Walter diz. Ele infelizmente não saiu filmando isso tudo", disse o advogado.
A defesa do hacker pediu ao STF a revogação da prisão preventiva porque entende que ele está colaborando com a CPI e com a PF em tudo que foi questionado. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, segundo o advogado, encaminhou este pedido para a Procuradoria Geral da República (PGR) se manifestar.
Pedido de quebra de sigilos
Nesta quinta, a CPI dos Atos Golpistas aprovou requerimentos para determinar a quebra de sigilos bancário e telemático da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti Neto. Também foi aprovada a reconvocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao todo, foram 29 requerimentos para quebra de sigilo e 17 de acesso a Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs).
A quebra de sigilos de Carla Zambelli passou a ser defendida depois que ela foi apontada pelo hacker Walter Delgatti Neto, em depoimento à comissão, como responsável por ordenar uma invasão a sistemas do Judiciário.
Zambelli também teria intermediado uma reunião entre Delgatti e o ex-presidente Jair Bolsonaro, na qual eles teriam discutido como seria possível fraudar o código-fonte das urnas eletrônicas, antes das eleições de 2022.
A quebra de sigilo foi motivo de bate-boca entre parlamentares da base e da oposição na terça-feira (22). A reunião foi fechada à imprensa, mas foi possível ouvir vários gritos dos parlamentares, em diversos momentos.
Aliados de Bolsonaro eram contra a medida e queriam apenas a convocação da deputada. A discussão levou ao cancelamento da sessão da última terça.
No entanto, na quarta (23), o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União-BA), pautou o requerimento. "Eu penso que, depois daquele depoimento do hacker, é importante que isso seja colocado, né? Haviam vários requerimentos nesta direção [de quebra de sigilo de Zambelli]", disse.
Fonte: g1
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