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sexta-feira, junho 23, 2023

Queda do preço do gás de cozinha nas refinarias não está chegando aos consumidores na mesma proporção

A queda do preço do gás de cozinha nas refinarias não está chegando aos consumidores na mesma proporção.


A dona de casa Luciana Tavares conta que, no ano passado, pagava R$ 105 pelo botijão e que, agora, o preço do gás baixou um pouco - está R$ 100 -, mas continua ainda muito caro para quem, como ela, está desempregada e com marido doente em casa.


"Pesa, porque, às vezes, a gente têm que comprar uma comida. Já não vai comprar comida porque acabou o gás. Então, já abre mão de uma comida. Entendeu?", lamenta ela.

Nos últimos 12 meses, o preço do gás de cozinha vendido pela Petrobras às distribuidoras teve uma queda de 40%. Em junho de 2022, elas pagavam quase R$ 55 reais à estatal pelo botijão de 13 kg. A Petrobras promoveu cinco reduções em sequência e, desde o dia 17 de maio, o valor permanece em R$ 32,96.


Petrobras promoveu cinco reduções em sequência e, desde o dia 17 de maio, o valor permanece em R$ 32,96 — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução


Os consumidores também estão pagando menos pelo gás de cozinha. O preço médio do botijão vendido no Brasil caiu de R$ 112,50, em junho de 2022, para R$ 103,55 - uma queda de 8%. Mas é uma redução muito menor que a recebida pelas distribuidoras no mesmo período.


Um gráfico da Petrobras mostra que o preço cobrado pela estatal representa 31,8% do valor do botijão; o imposto, 15%; enquanto a distribuição e revenda ficam com mais da metade do valor cobrado pelo gás de cozinha.


Gráfico da Petrobras mostra que o preço cobrado pela estatal representa 31,8% do valor do botijão — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução


A Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, notificou o Sindigás, sindicato que representa as distribuidoras, para dar explicações sobre os preços praticados. Isso porque um estudo do governo mostrou que as distribuidoras e revendedoras de gás de cozinha não estão repassando a queda dos preços aos consumidores.


"Nós sabemos que, no setor de combustível, o que predomina é a livre concorrência. Não estamos duvidando disso nem querendo modificar isso; isso é a lei. Nós pedimos explicações por que a redução não chegou aos consumidores", afirma o secretário Wadih Damous.

O sindicato respondeu que representa empresas que atuam em regime de livre concorrência e ampla rivalidade, mas não tem qualquer relação com as mais de 60 mil revendedoras do produto.


O secretário Wadih Damos considerou a resposta insuficiente e disse que o governo estuda multar as distribuidoras se ficar provado que elas estão cobrando preços abusivos dos consumidores.


"Para um pobre, o gás barato não está. Porque já foi mais barato, agora está muito caro. Para um pobre está caro", diz Luciana Tavares.


Fonte: Jornal Nacional

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