A perícia no celular apreendido do coronel Mauro Cid, braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro, extraiu muitas trocas de mensagem, áudios e até troca de documentos sobre movimentos golpistas para manter Bolsonaro no poder, depois da derrota nas urnas ano passado.
Mauro Cid foi questionado sobre isso no depoimento de terça-feira (06) à Polícia Federal, mas ficou em silêncio.
Em nota enviada à TV Globo, a defesa de Cid afirmou que "não obteve acesso aos autos que embasaram a determinação da oitiva" e que, por isso, "o cliente recorreu ao seu Direito Constitucional ao Silêncio". A nota ainda diz que "após o devido acesso à documentação que embasa a investigação (...) Mauro Cid estará à disposição para esclarecer tais fatos".
Foram identificadas, por exemplo, segundo fontes que acompanham o caso, minuta para decretação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), que permite exclusivamente ao presidente da República convocar operação militar das Forças Armadas, em graves situações de perturbação da ordem. E tratativas para decretação do Estado de Defesa.
Ficou mais do que comprovado, segundo as investigações, que Mauro Cid participou ativamente de planos golpistas no pós-eleições.
Vários interlocutores dele, identificados na perícia do celular, estão na mira agora da apuração da PF. Alguns nomes ainda são mantidos sob sigilo absoluto, pelo cargo de destaque que ocupavam no governo passado. O inquérito avança neste sentido.
Outros já estão sendo chamados para depor e até mesmo foram detidos na mesma operação da PF que levou Mauro Cid para a prisão, no começo de maio.
Foram flagrados nas tramas para um golpe o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros e o sargento Luis Marcos dos Reis, que era da equipe de Mauro Cid.
O sargento, que também está preso, deve prestar depoimento na tarde desta quarta-feira na sede da PF em Brasilia.
fonte: g1
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