Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro preso em operação, pediu ajuda do ex-vereador do Rio de Janeiro Marcello Siciliano (Progressistas) - que foi citado por uma testemunha em inquérito sobre a morte de Marielle Franco - para realizar uma possível falsificação no cartão de vacinação de sua mulher, Gabriela Santiago Ribeiro Cid.
Durante o inquérito no caso da ex-vereadora do PSOL assassinada a tiros no Estácio, região central do Rio de Janeiro, o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira acusou Siciliano de ser uma das pessoas que tramaram o crime. Siciliano negou envolvimento, e tanto a Polícia Civil quanto o Ministério Público do RJ não o tratam como suspeito ou investigado no caso.
Cid queria um comprovante de vacinação para que sua esposa viajasse aos Estados Unidos, em 21 de dezembro de 2022. Para a viagem, era obrigatório o certificado de vacinação com as duas doses da vacina. O esquema foi descoberto na investigação após a quebra de sigilo telemático, que pode incluir registros de chamadas e mensagens trocadas por aplicativos, dos envolvidos.
Na primeira tentativa de fraudar o documento, Cid pediu ajuda a seu então funcionário Marcos dos Reis, que entrou em contato com seu sobrinho e médico Farley Vinicius Alcântara para emitir um comprovante de vacinação à Gabriela.
O certificado foi emitido, de forma fraudada, como sendo feito pela Secretaria de Saúde do Estado de Goiás, no município de Cabeceiras, local onde o sobrinho de Marcos dos Reis trabalhava. O documento apontava que a mulher de Cid foi vacinada com duas doses da Pfizer - a primeira aplicada em 17 de agosto de 2021 e a segunda, em 09 de novembro de 2021.
Porém, Cid passou a se questionar sobre a fraude ser descoberta, já que ele e sua família nunca estiveram em Cabeceiras.
Para tentar corrigir o erro, Cid conversou com o ex-vereador do Rio de Janeiro Marcello Siciliano sobre a possibilidade de emitir a carteira de vacinação em Duque de Caxias (RJ).
Para Cid conseguir o certificado falso em Duque de Caxias, Siciliano - que estava com o visto para entrar nos EUA travado, em decorrência do envolvimento na morte de Marielle - pediu para que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro resolvesse o problema.
No fim, o cartão de vacina da esposa de Cid foi emitido por Duque de Caxias e ela conseguiu fazer a viagem aos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2023. Segundo a PF, a mudança do certificado de Goiás para o Rio de Janeiro foi que deu o indício de fraude e que levou às investigações.
Ao g1, o ex-vereador disse que "foi surpreendido" com agentes da Polícia Federal na sua casa nesta manhã e confirmou que teve o celular apreendido pelos investigadores. Ele afirmou que sua defesa não teve acesso aos autos do processo e que, só após isso, vai se posicionar.
A defesa de Mauro Cid disse que não teve acesso aos autos para se manifestar.
Fonte: g1
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