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segunda-feira, maio 08, 2023

Ex-ministro Anderson Torres deixa PF após depor sobre atuação da PRF nas eleições; 'respondeu todos os questionamentos', diz defesa

O ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL) Anderson Torres deixou a sede da Polícia Federal na tarde desta segunda-feira (8) após depor no inquérito que apura a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições de 2022 (relembre abaixo).


Anderson Torres em foto de 15 de junho de 2022, quando ainda era ministro da Justiça do governo Bolsonaro. — Foto: REUTERS/Adriano Machado/File Photo


Em nota, a defesa de Torres disse que o "depoimento ocorreu dentro da normalidade". "Anderson Torres compareceu à sede da Polícia Federal, abriu mão de seu direito constitucional ao silêncio e respondeu todos os questionamentos formulados", afirmaram os advogados.


O teor do depoimento não foi divulgado.


Ainda segundo a defesa, Torres "mantém a postura de cooperar com as investigações, uma vez que é o principal interessado no rápido esclarecimento dos fatos e acredita que a verdade prevalecerá".


Torres chegou à PF por volta das 14h. Ele retorna ao Batalhão de Aviação Operacional da Polícia Militar do DF, onde está preso desde janeiro. Torres está detido devido a outra investigação, por suspeita de omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos três poderes foram depredadas.


Escolta em frente à sede da Polícia Federal, em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução


A PF pretendia ouvir o ex-ministro no dia 24 de abril, mas o depoimento foi adiado para esta segunda a pedido da defesa de Torres, que alegou "piora" no estado de saúde dele.


A defesa ainda tenta reverter a prisão preventiva do ex-ministro. Em recurso, alega que já não estão presentes as justificativas previstas em lei para manter a decisão.


Atuação da PRF


Há suspeita de que a PRF tenha agido para dificultar o acesso de eleitores às urnas, principalmente no Nordeste.


Um relatório do Ministério da Justiça entregue à Controladoria Geral da União (CGU) mostra que a PRF fiscalizou 2.185 ônibus no Nordeste, onde Lula (PT) era favorito, contra 571 no Sudeste, entre 28 e 30 de outubro, vésperas e dia do segundo turno das eleições de 2022.


À época, o Ministério da Justiça – ao qual a PRF está subordinada – era comandado por Torres. Atual ministro da Justiça, Flávio Dino afirmou que os dados apresentados pela PRF apontam ao menos três "anomalias" na corporação durante as eleições de 2022:



concentração de operações no Nordeste;

mudanças no planejamento inicial;

e uma determinação para que a PRF atuasse em conjunto com a Polícia Federal no segundo turno.


Fonte: g1

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