segunda-feira, maio 29, 2023

Estação Ecológica do Taim é interditada após suspeita de morte de cisnes por gripe aviária

A Estação Ecológica do Taim, na Região Sul do Rio Grande do Sul, foi interditada após 36 cisnes terem sido encontrados mortos no local. A suspeita é de que a causa da morte tenha sido gripe aviária. Caso a doença seja confirmada, serão os primeiros casos de gripe aviária a serem registrados no Rio Grande do Sul.


Um dos cisnes que foi encontrado morto na Estação Ecológica do Taim — Foto: Taim/Divulgação

Desde sexta-feira (28), não é permitida a entrada de pesquisadores ou visitantes no local, que é uma das maiores áreas ambientais do mundo (saiba mais abaixo).


Em nota, a Secretaria de Agricultura do RS afirma que "aguarda o diagnóstico do exame" feito nas aves mortas e "segue com as ações de vigilância e educação sanitária, principalmente com o monitoramento de aves". Leia a nota completa no fim da reportagem.



Em 22 de maio, o Ministério da Agricultura declarou estado de emergência zoossanitária por 6 meses por causa da gripe aviária, que teve os seus primeiros casos registrados no Brasil no dia 15. Até agora, dez casos foram confirmados em aves no Brasil, sendo 8 no Espírito Santo e 2 no Rio de Janeiro. Leia nota da pasta no fim da reportagem.


De acordo com Fernando Weber, chefe da estação do Taim, a interdição do parque ocorre por segurança, pois o contato com animais contaminados ou mortos põe em risco a saúde de seres humanos. Equipes da estação monitoram espécies de animais que vivem no local.


Na última quarta-feira (24), uma equipe da estação encontrou na Lagoa Mangueira, que fica dentro da reserva, os 36 cisnes-de-pescoço-preto mortos. A equipe notificou o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemav) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Os órgãos fizeram as coletas de amostras das aves mortas e o material foi encaminhado para São Paulo, onde será feita a análise pelo MAPA. O prazo para o resultado é de 72 horas.


No Brasil, já há casos de gripe aviária. Neste mês, houve mortes de aves pela doença no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.


Estação Ecológica do Taim foi interditada após suspeita de morte de cisnes por gripe aviária — Foto: RBS TV/Reprodução


A estação ecológica

Com quase 33 mil hectares, a reserva natural abriga centenas de espécies de animais, alguns ameaçados de extinção. São cerca de 330 km quadrados, área semelhante à de Belo Horizonte (MG). Em 2017, o Taim foi reconhecido como uma das principais áreas ambientais do mundo pela Convenção de Ramsar, criada na década de 1970 no Irã, e reconhecida legalmente no Brasil em 1996.


A Estação Ecológica do Taim foi criada por decreto em 1986. A administração é realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.


A unidade de conservação fica localizada entre o Oceano Atlântico e a Lagoa Mirim, na planície costeira do RS. A maior parte da reserva fica dentro dos territórios dos municípios de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar.



Com bioma marinho costeiro, o Taim preserva banhados (terrenos alagadiços), lagoas, campos, dunas e matas. A estação abriga uma grande diversidade de espécies de vegetais e animais.


A estação é um lugar de abrigo, alimentação e reprodução de muitas espécies, considerada um dos criadouros de maior significado ecológico do sul do Brasil, conforme o ICMBio.


Aves: 220 espécies – gavião-cinza, gaivota-de-rabo-preto, albatroz-real-do-norte, trinta-réis-real etc.

Mamíferos: 45 espécies – tuco-tuco-das-dunas, gato-do-mato-grande, gato-maracajá, rato-do-mato-de-nariz-laranja, etc.

Peixes: 63 espécies (2 ameaçadas)

Répteis: 21 (6 ameaçadas)

Anfíbios: 18 espécies

O Taim registra 300 espécies de plantas, principalmente herbáceas, sendo que nove delas são ameaçadas. No local, predomina a vegetação campestre e a inexistência de espécies endêmicas, devido a esta planície ser geologicamente recente, afirma o ICMBio.


Nota da Secretaria da Agricultura do RS

"Há uma investigação de gripe aviária no Estado, mas a Secretaria da Agricultura aguarda o diagnóstico do exame. Essa é mais uma amostra enviada para análise, assim como outras já foram coletadas e enviadas ao laboratório para descartar a presença de influenza aviária no Estado. O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal segue com as ações de vigilância e educação sanitária, principalmente com o monitoramento de aves."


Nota do Ministério da Agricultura e Pecuária


"Para evitar a disseminação da doença, o Ministério da Agricultura e Pecuária declarou estado de emergência zoossanitária e está trabalhando em parceria com as associações, entidades, indústrias e com órgãos de preservação da fauna para proteger as aves domésticas e silvestres nativas a fim de evitar a disseminação da doença.


O Mapa está atendendo as notificações de suspeita de influenza aviária em aves, com coleta de amostras para confirmação ou descarte de casos. As ações estão sendo aplicadas de acordo com o Plano de Contingência para influenza aviária, que inclui investigação em torno dos focos para identificação de aves com suspeita.


Dessa forma, as ações de comunicação de alertar a população a não tocar ou recolher aves mortas estão sendo massivamente veiculadas, bem como ações de alerta de melhoria da biosseguridade nas criações de aves. As medidas adicionais de monitoria estão sendo adotadas em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente (ICMBio e IBAMA) e o Ministério da Saúde, pretendendo a prevenção e vigilância da ocorrência de influenza aviária no Brasil.


Com isso, o ministério instalou o Centro de Operações de Emergência Agropecuária (COE-Mapa Influenza Aviária) como mecanismo de articulação intra e interinstitucional em resposta ao estado de emergência zoossanitária, com ações de enfrentamento à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP)."


Fonte: g1

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