A defesa de Marcelo Vieira da Silva, alvo da PF nesta sexta-feira (12), entregou à polícia uma troca de mensagens em que Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro, envia a minuta de um ofício para a incorporação das joias sauditas ao patrimônio do ex-presidente. O pedido era para que Vieira, que trabalhava no setor de presentes, assinasse o documento que seria enviado à Receita para tentativa de resgate das joias. (Veja o print abaixo)
Segundo a defesa de Marcelo, a minuta foi enviada em 27 de dezembro de 2022. O documento tinha como assunto a “incorporação de bens apreendidos”.
Vieira era chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República (GADH), setor que definia o caminho dos presentes enviados ao presidente – se eram pessoais ou da União. O objetivo era que ele assinasse para que o documento fosse entregue à Receita Federal e conseguissem o resgate das joias às vésperas da saída de Bolsonaro do Brasil.
Vieira, no entanto, se recusou a assinar pois não seria sua função.
“Meu amigo, conseguiu resolver? Sem dúvidas, isto é com a secretaria de administração, por ser destinado ao estado brasileiro”.
Ao longo do inquérito das joias, há uma troca de e-mails que mostra a operação de Cid para a liberação das joias e ele é alertado pelos fiscais de que seria necessário um ofício do governo assinado pela Secretaria de Administração.
Em depoimento à PF, Marcelo chegou a dizer ainda que após a recusa participou de uma ligação com Bolsonaro. Durante o contato, contou à PF que "Mauro Cid colocou a ligação no modo viva-voz e pediu ao declarante para que explicasse ao Presidente da República essa situação e por que não poderia assinar."
Por causa da troca de mensagem e contatos com Cid e Bolsonaro, a PF pediu que Vieira entregasse seu telefone no dia do depoimento, em 14 de abril. Na ocasião, ele pediu que fosse entregue depois, a polícia aceitou, mas foi surpreendida quando no dia 18 de abril a defesa enviou apenas os prints da conversa com Cid
A PF aceitou e a enviou 4 dias depois, em 18 de abril, apenas o print da conversa com Cid. A polícia recorreu à Justiça que determinou nesta sexta-feira a busca e apreensão do telefone.
Ao g1, o advogado Luiz Eduardo Kuntz, que defende Marcelo Vieira, disse que ficou “surpreso com a invasão dos direitos de Vieira depois que ele prestou um depoimento de seis horas e foi colaborativo”. “Ele mostrou o celular para os policiais que o interrogaram, e, não satisfeitos, tiramos print e entregamos aos investigadores”, declarou.
Fonte: g1
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