O governo federal exonerou nesta semana o corregedor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Wendel Benevides Matos. A decisão foi baseada em uma suspeita de parcialidade na conduta dos processos.
Matos foi nomeado corregedor em novembro de 2021 pelo então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques – hoje, investigado por usar o cargo para ordenar bloqueios ilegais em rodovias federais no período do segundo turno das eleições, em outubro do ano passado.
Em tese, Wendel Matos teria mandato no cargo até novembro de 2023 e não poderia ser destituído do posto. O governo, no entanto, embasou a exoneração em um parecer da Controladoria-Geral da União (CGU).
Segundo a PRF, há suspeitas contra Wendel apuradas por órgãos de controle externo.
“A Direção-Geral da PRF, frente aos inúmeros procedimentos correcionais que envolvem o antigo diretor, Silvinei Vasques, buscou entendimento com os órgãos de controle externo para a substituição do corregedor-geral, nomeado justamente pelo ex-diretor. Com a substituição, busca-se afastar qualquer sugestão de parcialidade sobre os processos apuratórios internos", diz nota divulgada pela PRF.
"A PRF destaca que a dispensa do corregedor-geral teve a concordância da Controladoria-Geral da União, responsável pelo Sistema de Correição do Poder Executivo Federal (SisCOR)", continua a corporação.
Operação Eleições
Ainda como corregedor-geral, Wendel Matos acatou um relatório final produzido pela própria PRF que não constatou irregularidades na operação Eleições 2022 – que incluiu bloqueios em vias para fiscalizar transporte de eleitores, contrariando ordem do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
O ex-corregedor determinou um arquivamento parcial da apuração. O relatório da corregedoria também recomendou a continuidade das investigações em cinco superintendências: Alagoas, Maranhão, Pará, Santa Catarina e Sergipe.
Essa recomendação, segundo o documento, ocorreu "diante da necessidade de melhor delineamento dos fatos, visando melhor elucidação acerca do objeto correcional em apuração neste procedimento investigativo."
Fontes ouvidas pela TV Globo afirmam que a exoneração de Wendel Matos não é motivada especificamente por essa apuração, mas vinha sendo tentada pelo governo desde janeiro – e, agora, se tornou possível a partir das conclusões da CGU.
Fonte: g1
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