A Polícia Civil encerrou o inquérito sobre o assassinato da engenheira Letycia Peixoto, que foi assassinada a tiros enquanto estava grávida de 8 meses em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.
Nesta segunda-feira (3), a delegada responsável pelo caso, Natália Patrão, participou de uma coletiva de imprensa para dar detalhes sobre o caso e revelou que o professor Diogo Viola de Nadai, de 40 anos, acusado de ser o mandante do crime, temia que o relacionamento dele com a Letycia viesse à tona com o nascimento do bebê Hugo. O bebê chegou a nascer com vida mas morreu no hospital.
O g1 tentou contato com a defesa de Diogo, mas não havia obtido retorno até a última atualização desta reportagem.
De acordo com a polícia, Diogo era casado legalmente desde 2010 e se relacionava há pelo menos 8 anos com Letycia, que chegou a ficar grávida dele em 2018 mas acabou perdendo o bebê. A delegada disse, ainda, que nem a mulher com quem Diogo é casado nem a Letycia sabiam da existência uma da outra (leia mais abaixo).
Para o promotor do caso, Fabiano Rangel, Diogo, que era professor do Instituto Federal Fluminense (IFF), via o casamento com a esposa como "algo sagrado e nada poderia ameaçar isso".
Relação extraconjugal
As investigações apontaram que quando Diogo precisava justificar a ausência com a esposa, ele dizia que estava dormindo na clínica de tratamento para depressão ou que estava em lugares jogando pôquer.
Já para Letycia, além de dizer o mesmo, afirmava que estava viajando para visitar parentes fora de Campos dos Goytacazes e até fora do país.
A delegada revelou que Letycia sempre questionava Diogo o fato de ele não apresentá-la à família. Por outro lado, a esposa tinha um ótimo relacionamento com a família dele.
“O Diogo tinha problemas de depressão e tinha vícios em jogos e pornografia on-line. E quanto mais a sua situação com a Letycia ficava séria, mais ele se afundava em episódios depressivos”, afirmou o promotor do caso.
A delegada Natália Patrão também disse que a vida profissional de Diogo teve uma mudança brusca comparada ao ano passado.
Ela diz que em 2022 Diogo apresentou diversos atestados médicos e teve faltas no trabalho sem justificativa.
Porém, antes crime, o professor passou a ir à universidade inclusive em dias que não precisava aparecer. De acordo com a delegada, a polícia acredita que ele estaria querendo criar um álibi.
Articulação para o crime
Segundo a delegada, Diogo teria contratado Gabriel Machado para intermediar o crime. Gabriel, por sua vez, contratou o Dayson dos Santos como atirador, e Dayson chamou Fabiano Conceição para participar como condutor da moto usada.
A delega disse que, em depoimento, Gabriel falou que recebeu R$ 5 mil para que o crime fosse realizado.
Diogo e os outros três envolvidos no crime seguem presos. Diferente dos outros que estão cumprindo prisão preventiva, Gabriel está em prisão domiciliar, pois é pai de três filhos com deficiência.
Fonte: g1
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