Presa neste domingo (2) na Zona Oeste do Rio, Andreza Cristina Lima Leitão, a Bibi Perigosa ou Andreza Patroa, apontada como chefe da facção criminosa potiguar Sindicato do RN, era considerada foragida do sistema prisional do Rio Grande do Norte.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do RN, após sair da prisão para cumprir pena no regime semiaberto, ela passou a ser monitorada com o uso de tornozeleira eletrônica, mas violou o equipamento março de 2020.
Um mandado de recaptura foi determinado pela 1ª Vara Regional de Execução Penal do Rio Grande do Norte em 26 de maio de 2022. Segundo o documento, a Patroa respondia pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e posse irregular de arma de fogo e tinha uma pena de 11 anos a ser cumprida.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro teria chegado à criminosa após receber informações repassadas pela Força Tarefa do Sistema Único de Segurança Pública (FT-Susp) do Rio Grande do Norte, coordenada pela Polícia Federal.
Nesta segunda-feira (3), a Polícia Federal do RN confirmou que os investigadores repassaram dados sobre a traficante para a força-tarefa do Rio de Janeiro.
No RN, a traficante também é investigada e responde como ré na operação Pélagos, deflagrada pela PF em novembro de 2022 contra a facção criminosa local, responsável pela maior parte da cocaína traficada e consumida na região metropolitana de Natal. Um mandado também chegou a ser expedido contra ela, na época da operação, mas não está mais em vigor.
No sistema do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte constam vários processos contra Andreza. Em 2018, a defesa dela chegou a pedir prisão domiciliar no Tribunal de Justiça do RN, alegando que Andreza tinha filhos menores de idade, que dependiam dela. Os magistrados negaram o pedido.
Quem é a Bibi Perigosa
A Patroa é apontada como uma chefe da facção criminosa potiguar Sindicato do RN, herdada do marido, a quem tentou salvar de uma execução. Ela estava refugiada no RJ havia quase três anos, com o nome falso de Rafaela de Freitas Carvalho. Andreza nega as acusações.
A Bibi potiguar é uma “xará” da Bibi Perigosa da Rocinha, Fabiana Escobar, que inspirou a autora Gloria Perez a criar a personagem de Juliana Paes na novela “A Força do Querer”.
Segundo as investigações, Andreza ordenou do Rio a sequência de ataques em seu estado de origem. A onda de atentados começou no dia 14 e só terminou no dia 25.
Em defesa, Andreza negou ser chefe de quadrilha e disse à polícia que vivia no Rio “de mesada”.
Tentou salvar o marido
Na madrugada de 10 de setembro de 2016, Andreza e o marido, Elinaldo César da Silva, o Sardinha, foram atacados a tiros na saída de uma boate em Lagoa Nova, na Zona Sul de Natal. Segundo a polícia potiguar, Andreza chegou a se jogar na frente de Elinaldo para protegê-lo.
A tentativa de salvá-lo foi em vão. Bibi foi atingida na perna, e o marido, executado, morreu na hora. Mesmo com o ferimento, Andreza recusou atendimento médico e foi embora do hospital.
Em 24 de janeiro de 2018, Andreza — já condenada a 10 anos de prisão por tráfico de drogas e organização criminosa — foi presa no bairro Ponta Negra, em Natal, após uma denúncia anônima.
Uma semana de vigilância
Segundo a polícia, “Andreza criou o grupo Companhia dos Artilheiros, que promoveu verdadeiros atos terroristas na cidade de Natal, incluindo assassinatos, roubos em série, depredação de prédios públicos e incêndios de veículos e residências”, afirmou o delegado Rodrigo Coelho.
De acordo com as investigações, logo depois dos ataques de março, Bibi se abrigou no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, dominado pelo Comando Vermelho, aliado do Sindicato do RN.
Com operações policiais na localidade, Bibi foi para a Vila Kennedy, em Bangu, na Zona Oeste, sob a mesma facção.
A polícia vinha monitorando Andreza havia uma semana. Na noite de domingo, ela saiu da Vila Kennedy para passear num shopping no bairro vizinho de Campo Grande — momento que foi presa.
Fonte: g1
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