A decisão do INSS, nesta segunda-feira (13), de baixar os juros do crédito consignado, surpreendeu o Ministério da Fazenda e a Casa Civil e foi vista como mais um atropelo orquestrado por ministros sem consultar o Palácio do Planalto.
Nesta terça-feira (14), o presidente Lula cobrou seus ministros publicamente que não divulguem ou encaminhem propostas de governo sem antes passar pela Casa Civil. Uma fonte do Planalto informou ao blog que a cobrança de Lula também teve como motivação a mudança no consignado.
Na segunda-feira (13), o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou a redução da taxa máxima de juros cobrada nos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do INSS. O teto dos juros passará de 2,14% ao mês para 1,70% no caso do empréstimo consignado convencional. Foram 12 votos a favor da mudança e três contra.
A decisão foi tomada no Conselho de Previdência, segundo o blog apurou, por pressão das centrais sindicais e com a anuência do ministro da Previdência, Carlos Lupi. A Fazenda não teve voto suficiente para barrar a redução, apesar de ter tentado bloquear a mudança.
Para os técnicos da área econômica, a medida pode “enterrar” a linha de crédito até mesmo em bancos públicos, porque com o novo patamar, considerado pelos técnicos como artificial, não há viabilidade operacional para oferecer o crédito.
Integrantes da Fazenda avaliam que a redução pode comprometer a rentabilidade da operação do consignado e, portanto, diminuir a oferta. Isso levaria aposentados com renda mais baixa a linhas mais caras, levando justamente a um efeito contrário ao que o governo quer.
A decisão, de acordo com integrantes da Fazenda, foi tomada sem consulta a pasta. E, de acordo com fontes, ela pode influenciar de maneira negativa, especificamente, a operação do consignado via Caixa Econômica Federal.
Fonte: Blog da Ana Flor
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