A Polícia Civil prendeu na tarde desta quarta-feira (1) o soldador Celso Edgar da Silva, 29 anos, que apareceu em vídeos ameaçando e depois queimando o marido de uma colega funcionária da mesma oficina em que trabalhavam em Mauá, na Grande São Paulo.
Policiais do 3º Distrito Policial de Mauá cumpriram o mandado de prisão por homicídio contra Celso. Ele foi encaminhado à cadeia pública de Santo André.
A Justiça decretou a prisão de de Celso pelo assassinato de Fabricio Alves de Araújo, de 45 anos, na semana passada.
O motivo do crime foi uma discussão sobre R$ 150, segundo a mulher da vítima (saiba mais abaixo).
Na última quinta-feira (23) a esposa de Fabrício gravou o momento em que o soldador aparece dirigindo e ameaça o marido dela, que estava em outro carro.
Na sexta (24), uma câmera de segurança registrou o momento em que o soldador se aproxima, joga um líquido inflamável em Fabrício e ateia fogo nele. A vítima estava dentro do automóvel, estacionado em frente à empresa em que a esposa e o agressor trabalham.
Fabrício ainda sai do carro com o corpo em chamas. Ele foi socorrido e levado para um hospital com 80% do corpo queimado. Mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Celso fugiu após o crime.
O caso foi registrado na Polícia Civil como homicídio doloso (aquele no qual há a intenção de matar) qualificado por motivo fútil, emprego de fogo e emboscada sem dar chance de defesa à vítima.
Quem é quem neste caso:
Fabrício Alves de Araújo, 45 anos: homem que morreu após ter o corpo queimado;
Celso Edgar da Silva, 29 anos: soldador suspeito de atear fogo em Fabrício;
Esposa de Fabrício, 39 anos: mulher que trabalhava com Celso em uma oficina. O nome dela não foi divulgado.
O g1 não conseguiu localizar a defesa de Celso para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem.
Ele já tinha antecedente criminal por outro crime. O g1 apurou que Celso responde a um processo por furto desde 2017, quando foi acusado de pegar o estepe de um carro em Mauá. Como o caso não é considerado grave, a Justiça determinou que o soldador comparecesse ao fórum todos os meses por dois anos para que a ação fosse extinta. No entanto, ele descumpriu a medida, e o prazo foi estendido até 2024.
Fabrício deixou dois filhos. Ele estava desempregado e iria começar a trabalhar num novo emprego como empilhador nesta semana.
Discussão por R$ 150
A mulher de Fabrício falou à TV Globo que ela e o soldador trabalhavam em uma oficina automotiva, no Parque Boa Esperança. Ela atua no departamento administrativo e é responsável pelo pagamento dos funcionários.
A funcionária disse que Celso reclamou que não havia recebido R$ 150 que o dono da empresa lhe prometeu além do salário por ter feito um serviço extra.
Como não foi avisada desse acordo, a mulher falou que fez o pagamento ao soldador sem considerar esse valor, o que, segundo ela, revoltou o empregado, que ficou agressivo.
Vídeo com ameaça
Depois disso, a funcionária disse que passou a ser hostilizada por Celso. Segundo ela, quando o marido foi buscá-la na oficina, o soldador começou a xingá-la. Depois, Fabrício tentou defendê-la e acabou discutindo com Celso. O momento foi gravado.
No vídeo, o carro de Celso emparelha o de Fabrício, que pede para alguém filmar a ação. Veja acima a filmagem e a seguir o diálogo:
Celso diz: "Filma aí".
Fabrício o chama de "valentão" e completa: "Vem bater em mim".
Celso, então, faz a ameaça: "Amanhã você vai trazer ela", se referindo à esposa de Fabrício.
Vídeo ateando fogo
E na sexta, quando Fabrício levou a esposa até o serviço, o soldador o aguardava. Vídeo gravado por câmera de segurança mostra o soldador saindo do seu Volkswagen Golf preto e caminhando até o veículo da vítima, um Renault Sandero prata. Os dois carros estavam estacionados na rua.
Fonte: g1
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