O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse nesta terça-feira (28) que a Polícia Federal pode pedir ao Judiciário providências de cooperação jurídica internacional caso o ex-presidente Jair Bolsonaro não compareça para prestar depoimento nos inquéritos em que é investigado.
Bolsonaro está em Orlando, no estado norte-americano da Flórida, desde o final de dezembro. Ele viajou para os Estados Unidos ainda como presidente da República, mas depois, com o fim do mandato, pediu a mudança de visto de autoridade para o de turista.
Dino foi questionado sobre o caso por jornalistas após participar de evento no Palácio do Planalto.
"Há uma investigação em curso, e ele é um dos investigados formalmente e, é claro, que em algum momento ele vai ter que ser ouvido. Se ele não comparecer nos próximos meses, é claro que a Polícia Federal vai pedir providências. Pedir a quem? Ao poder Judiciário para que deflagre algum mecanismo de cooperação internacional, que é uma tendência que nós estamos defendendo. Não é algo restrita a essa investigação", disse Dino.
O ministro falou que, em um caso extremo de não comparecimento de Bolsonaro, haveria a possibilidade de um pedido de extradição.
"No limite, não é algo que está colocado na ordem do dia, mas, no limite, sim. Seria possível. Seria possível alguma providência de cooperação jurídica internacional. Uma carta rogatória, por exemplo, seria possível", afirmou o ministro.
De acordo com Dino, o governo federal ainda tem esperança que Bolsonaro tenha "bom senso" e se apresente para depoimento.
Inquéritos
Atualmente, Bolsonaro é investigado:
como um dos possíveis autores intelectuais dos atos golpistas de 8 de janeiro
em inquérito sobre eventual interferência na PF;
em inquérito sobre suposta prevaricação sobre irregularidades na negociação da vacina Covaxin;
ataques às urnas eletrônicas;
em inquérito sobre vazamento de dados de inquérito sigiloso da PF;
em inquérito sobre divulgação de notícia falsa relacionando as vacinas contra Covid e um suposto risco ampliado de desenvolver Aids
ataques, sem provas, contra o sistema de votação eletrônico
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