Com maior incidência no verão devido ao aquecimento solar, os raios são uma preocupação para os pecuaristas, que temem perder os animais atingidos pelas descargas. No entanto, de acordo com especialistas ouvidos pelo g1, há algumas soluções para evitar a morte dos bovinos.
O veterinário Tiago Nakano explicou que em ocasiões de ventos e chuvas fortes, os bovinos costumam se aglomerar e procuram abrigos, que, normalmente, não são ideais para evitar descargas elétricas.
Nesses casos, uma alternativa é a instalação de uma estrutura coberta, como galpões ou mesmo currais cobertos.
Os pecuaristas também devem investir em para-raios nas fazendas.
"É importante que tenha alguma estrutura que impeça que essas descargas elétricas cheguem aos animais", disse o veterinário.
O profissional explicou ainda que outra solução para evitar que os raios atinjam esses é por meio de cercas com aterramentos.
"No caso da cerca é interessante que tenha o aterramento de maneira correta, e, a cada 50 metros ou 100 metros, a gente tenha o isolamento para o raio nunca passar da cerca", disse.
Casos no Espírito Santo
Somente nos últimos cinco dias, quase 40 bovinos morreram no Espírito Santo atingidos por descargas elétricas.
O primeiro caso foi na segunda-feira (5) em Vargem Alta na propriedade do pecuarista Elder Altoé. 19 animais, entre bois, vacas e bezerros, foram encontrados mortos após o temporal.
"Terminou o temporal, o vizinho foi lá em casa me avisar. O prejuízo foi de cerca de R$60 mil", disse.
O segundo caso foi na terça-feira (6) na localidade de Vieira Machado, no interior de Muniz Freire. Segundo o produtor, após o temporal, ele percebeu que faltavam animais na ordenha, saiu em busca deles e os encontrou mortos perto de árvore. O prejuízo foi de cerca de R$50 mil.
Apesar de nunca antes ter registrado mortes de animais atingidos por raios, o pecuarista Paulo César Marques disse se preocupa com bovinos quando chove,
"Eu acho muito díficil de fazer com que a gente não sofra. A região é quente, temos que ter árvores para abrigar os animais na época do sol e, quando chove, eles correm para debaixo da árvore para se proteger de um jeito ou de outro. É quando a incidência de raio é grande acaba atingindo todo mundo junto", disse.
O pecurista também disse que o prejuízo não é só monetário.
"O prejuízo é muito grande. Não digo só monetário, mas o tempo que você vai ter para pegar outro animal e chegar no padrão que você tá, demanda tempo. São anos juntos. É muito tempo, complicado e imprevisível", finalizou.
Fonte: g1
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