Venezuela e Colômbia completaram, neste domingo (1º), a reabertura de sua fronteira, quando abriram a última passagem entre as nações que permanecia fechada, após o restabelecimento no ano passado das relações diplomáticas bilaterais rompidas em 2019 por diferenças políticas.
A inauguração da ponte de Tienditas, rebatizada de Atanasio Girardot e que liga as cidades de Ureña (estado de Táchira, na Venezuela) e Cúcuta (departamento de Norte de Santander, na Colômbia), é simbólica. Construída em 2016, esta ponte nem chegou a ser inaugurada e foi bloqueada por gigantescos contêineres metálicos instalados por militares venezuelanos como uma barricada.
"Continuamos dando passos firmes para a normalização fronteiriça com a irmã Colômbia. Avançamos pelo bem-estar e pela prosperidade dos nossos povos", celebrou no sábado (31) o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em mensagem no Twitter.
Não há mais vestígios dos contêineres.
Venezuela e Colômbia reataram relações após a chegada ao poder do esquerdista Gustavo Petro, que prometeu "normalizar" a fronteira binacional de 2.200 quilômetros, afetada por grupos armados e pelo contrabando.
As relações diplomáticas foram rompidas em 2019, quando o governo de Iván Duque reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como o "presidente responsável" da Venezuela por questionamentos sobre a reeleição de Maduro um ano antes.
Em 26 de setembro, foi restabelecida a passagem de veículos de carga pelas passagens de fronteira, após sete anos de fechamento parcial, e três, de fechamento total. Havia ficado liberado apenas o acesso de pedestres.
A reabertura da fronteira tenta recuperar um intercâmbio comercial que chegou a 7,2 bilhões de dólares anuais em 2008, mas que, em 2021, mal chegou a 400 milhões de dólares.
Os voos também foram retomados.
Há uma ampla agenda bilateral, marcada, entre outros temas, pelo fluxo migratório, em um momento em que mais de sete milhões de venezuelanos vivem no exterior, segundo a ONU, fugindo da crise em seu país.
A Venezuela também é fiadora nas negociações do governo colombiano com a guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), que busca emular a assinatura da paz em 2016 com as então Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
No sábado (31), inclusive, Petro anunciou um acordo de cessar-fogo com os rebeldes, válido de 1º de janeiro a 30 de junho de 2023 e "prorrogável, dependendo dos avanços" nas negociações.
Fonte: France Presse
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