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quinta-feira, janeiro 19, 2023

Testes mostram que vacina contra o HIV da Janssen é segura, mas ineficaz; estudo é encerrado

A Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, anunciou o encerramento de um dos principais estudos do mundo voltados para a criação de uma vacina contra o vírus HIV. Os resultados dos testes na fase 3 mostraram que o imunizante é seguro, mas ineficaz na prevenção de infecções.


Estudo Mosaico da vacina contra o HIV da Janssen foi feito no Brasil. — Foto: Reprodução/Fantástico


Chamado de Mosaico, o estudo da vacina contra o HIV da Janssen começou em 2019 e foi concluído em outubro de 2022. Participaram 3,9 mil homens cisgêneros e pessoas trans com idades entre 18 e 60 anos. Os testes foram realizados em nove países, incluindo o Brasil.


Os voluntários receberam dois tipos diferentes da vacina experimental, que usa um vírus causador de resfriado (adenovírus 26) para entregar o código genético do HIV ao corpo humano, com o objetivo de induzir resposta imune. Foram administradas quatro doses ao longo de um ano - as duas últimas continham uma mistura de proteínas solúveis.



"A análise do Mosaico, com base nos dados disponíveis até o momento, indicou que o regime não protege contra o HIV e não se espera que o estudo atinja seu objetivo primário. Não foram identificados problemas de segurança com o esquema vacinal. Diante disso, o estudo será descontinuado e novas análises estão em andamento", disse a Janssen em um comunicado nesta semana.


Os resultados não esperados jogam um balde de água fria na corrida mundial em busca de um imunizante eficaz contra o HIV, um vírus que sofre mutações de forma rápida e consegue escapar facilmente do sistema imune.


O fracasso dos testes ocorre um ano depois que outra vacina contra o HIV da Johnson & Johnson também não apresentou proteção suficiente contra o HIV em um estudo feito em mulheres jovens na África subsaariana.


"Estamos desapontados com este resultado e nos solidarizamos com as pessoas e comunidades vulneráveis e afetadas pelo HIV”, disse a médica Penny Heaton, chefe da área terapêutica global de vacinas da Janssen.



De acordo com a farmacêutica, os voluntários estão sendo informados sobre os resultados dos testes.


Em 2021, o Fantástico acompanhou voluntários do estudo Mosaico. No Brasil, a pesquisa foi feita em Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG), Manaus (AM), Nova Iguaçu (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). 


Fonte: g1

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