O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou nesta segunda-feira (2) que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) representa o retorno brasileiro aos fóruns internacionais e que Argentina e Brasil vão fortalecer seus vínculos.
Fernández fez uma declaração à imprensa no Palácio Itamaraty, em Brasília, após reunião com Lula. Após tomar posse, o presidente brasileiro dedicou a segunda-feira a encontros com lideranças estrangeiras.
Aliado de Lula e desafeto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Fernández afirmou que os últimos anos da relação com o Brasil foram difíceis, mas que este momento está superado.
"Foi uma grande reunião também porque decidimos claramente voltar a colocar em marcha o vínculo entre Argentina e Brasil com toda a força que esse vínculo sempre teve", disse Fernández.
"Argentina e Brasil são países indissoluvelmente unidos e nenhum momento político pode perturbar isso", acrescentou.
Lula, por sua vez, escreveu uma rede social que saudou Fernández pelo tricampeonato mundial de futebol conquistou pela Argentina no mês passado, no Catar, e destacou a retomada do diálogo com o país vizinho.
"Retomamos o diálogo e a amizade com nosso maior vizinho, um dos principais parceiros do Brasil no mundo", escreveu Lula.
Logo após vencer a eleição presidencial em outubro do ano passado, o petista se reuniu com Fernández em São Paulo.
Fóruns internacionais
Fernández afirmou que considera Lula um "líder regional" capaz de dar "impulso" à América Latina. Sem citar Bolsonaro, o presidente argentino disse o novo governo marca a "volta do Brasil a todos os fóruns internacionais".
"A ausência do Brasil nos fóruns internacionais foi muito evidente. Não podemos permitir isso. O Brasil é um país muito importante na região para que se ausente", declarou.
Lula na Argentina
Fernández disse que espera uma visita oficial de Lula à Argentina nos próximos dias 23 e 24 de janeiro.
O presidente do Brasil terá uma agenda em separado com Fernández, no dia 23. No dia seguinte, ambos participarão da reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Em janeiro de 2020, o então chanceler Ernesto Araújo anunciou que o Brasil decidiu suspender sua participação na Celac porque o grupo mantinha em seus encontros líderes como o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Bolsonaro não reconhecia o governo de Maduro.
Auxiliares de Lula já declararam que o petista irá à Argentina para o encontro da Celac. Lula pretende fortalecer a presença do Brasil em fóruns internacionais.
Agendas bilaterais
Antes do encontro com Fernández, Lula teve audiências com o rei da Espanha, Felipe IV, e com os presidentes da Bolívia, Luis Arce; Guiné-Bissau, Umaro Sissoco; e do Equador, Guillermo Lasso.
Em uma rede social, Lula disse que falou a Sissoco que o Brasil voltará "a ter a África como uma prioridade nas suas relações com o mundo".
Sobre a agenda com Arce, Lula declarou que conversaram a respeito da cooperação entre Brasil e Bolívia em políticas sociais, energia e fornecimento de fertilizantes.
Fonte: g1
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