A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a abertura de um novo inquérito para apurar a responsabilidade do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e seus subordinados para conter os ataques às sedes dos poderes no domingo (8).
A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, afirmou que houve, “no mínimo”, omissão de Ibaneis Rocha e de agentes da segurança pública do DF.
Até o momento, Moraes tem despachado acerca das invasões aos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do inquérito que apura os atos antidemocráticos, aberto em agosto de 2021.
Segundo a PGR, um novo inquérito possibilitaria a "perfeita colheita da prova e a delimitação da autoria, evitando-se tumulto processual". Ainda não há decisão de Alexandre de Moraes sobre o pedido.
'Aparente omissão'
Lindôra Araújo também disse que há indícios de que Ibaneis Rocha liberou o acesso dos golpistas à Esplanada dos Ministérios, mesmo ciente do “iminente risco e tendo o dever de adotar providências para evitar os fatos”.
A PGR defendeu que os agentes públicos deverão responder pela "aparente" omissão. Isso porque, de acordo Lindôra, os agentes permitiram que uma minoria de bolsonaristas terroristas invadissem e vandalizassem os prédios.
Além do governador, a vice-PGR elencou auxiliares de Ibaneis Rocha por “aparente omissão, supostamente dolosa”. São eles:
Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF;
Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário de Segurança Pública interino do DF;
Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal.
Torres e Augusto Vieira tiveram as prisões determinadas nesta terça pelo ministro Alexandre de Moraes.
“Está-se, portanto, diante de situação excepcional, não apenas pela quantidade enorme de custodiados e de provas que serão coletadas a partir das respectivas prisões em flagrante, mas também porque há indícios graves do possível envolvimento do governador do Distrito Federal e de seus secretários (titular e interino), bem assim do Comandante Geral da Polícia Militar, em verdadeiro atentado ao Estado Democrático de Direito”, escreveu Lindôra.
Fonte: g1
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