Tal como ocorreu no ataque ao Capitólio, há dois anos em Washington, a mídia de extrema direita dos EUA aplaudiu os terroristas bolsonaristas pelas invasões de domingo em Brasília, propagando todo o tipo de mentiras, exageros e erros crassos de informação, sem oferecer a seu público evidências para respaldá-los.
Tucker Carlson, o principal âncora da Fox News, retratou a depredação como uma reação frustrada e furiosa dos apoiadores de Bolsonaro à eleição fraudada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Um criminoso condenado chamado Lula da Silva é agora o presidente do país mais importante da América do Sul. Milhões de pessoas no Brasil entendem exatamente o que aconteceu e sabem que sua democracia foi sequestrada possivelmente para sempre”, alegou o apresentador, que em junho passado esteve no Brasil para entrevistar o ex-presidente brasileiro.
O programa que leva o seu nome é transmitido em horário nobre e registrou em 2022 uma média de 3,3 milhões de espectadores diários.
A defesa dos desordeiros reverberou em outros redutos de extrema direita. O radialista e teórico da conspiração Alex Jones afirmou que os ataques às sedes do Congresso, da Presidência e do STF foram promovidos por agentes do governo infiltrados entre os apoiadores de Bolsonaro.
“Foi provocação do Lula logo depois que ele soube que Bolsonaro havia saído do Brasil por que iam prendê-lo por acusações forjadas?”, questionou.
Vale abrir um parênteses para lembrar quem é Alex Jones. Proprietário do canal InfoWars, ele foi condenado a pagar US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,1 bilhões) às famílias das vítimas por negar o massacre de 20 crianças e seis adultos em uma escola de Connecticut, em 2012.
Com sua tese de que o ataque à escola foi inventado pelo governo americano com o intuito de “tirar as armas” dos cidadãos, Jones causou perseguições e ameaças aos parentes das vítimas. As mentiras eram propagadas na mesma velocidade em que ele acumulava uma fortuna com a venda de suplementos alimentares anunciados em seu site.
O motim em Brasília foi caracterizado como uma ação de “combatentes da liberdade” por Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, que também encorajou os simpatizantes a invadirem a sede do Congresso americano, há dois anos.
Ali Alexander, outro ativista de teorias conspiracionistas que em 2020 ajudou a organizar os comícios pró-Trump “Pare o roubo”, definiu a eleição no Brasil como fraudulenta e apoiada pela CIA. “A Suprema Corte do Brasil é ilegítima e a mais corrupta integrante do país. Eles não respeitam a lei ou o povo. Façam o que for necessário”, escreveu.
A mesma tese, de envolvimento da agência de inteligência nos distúrbios, foi explanada por Matthew Tyrmand, convidado do podcast The Charlie Kirk Show.
O que todos têm em comum? São negacionistas eleitorais nos EUA e, ato contínuo, aliados do clã Bolsonaro no Brasil.
Fonte: g1
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