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terça-feira, janeiro 10, 2023

Igreja Anglicana pede desculpa por vínculos econômicos com escravidão

A Igreja Anglicana, do Reino Unido, pediu desculpas nesta terça-feira (10) pelos vínculos econômicos de uma de suas organizações com a escravidão.


O arcebispo Justin Welby, atual líder da Igreja Anglicana, durante visita a igreja da comunidade etíope em Londres, no Reino Unido. — Foto: Justin Tallis/ pool via AP


A igreja já conduz um processo de compensação a comunidades afetadas.


"Lamento profundamente. Chegou a hora de agir ante este passado vergonhoso", declarou o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual da Igreja anglicana.

O relatório divulgado nesta terça-feira dá continuidade às revelações de junho de 2022, segundo as quais o órgão "Church Commissioners" ("Comissários da Igreja") tinha "vínculos históricos" com o comércio transatlântico de escravos.


Esta entidade foi criada com parte da doação proveniente de um fundo que remonta à rainha Ana em 1704, com o objetivo de ajudar os clérigos mais pobres.


O relatório revela que o fundo da rainha Ana investiu "quantias significativas" na South Sea Company, que comercializava escravos africanos. Além disso, também recebia doações de pessoas ligadas ao tráfico de escravos e à economia das "plantations".

"O 'Church Commissioners' lamenta profundamente os vínculos de seus predecessores com o tráfico transatlântico de escravos", afirmou a organização, em um comunicado, prometendo um fundo de 100 milhões de libras (cerca de R$ 635 milhões) nos próximos nove anos para "um futuro melhor e mais justo para todos".


O dinheiro será destinado, em particular, para "comunidades afetadas pela escravidão".


Holanda


O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, durante cerimônia de pedido de desculpas pelo apoio da Holanda à escravidão, no Arquivo Nacional, em Haia, em 19 de dezembro de 2022. — Foto: Peter Dejong/ AP


Há menos de um mês, o governo da Holanda, um dos países que mais se aproveitaram do comércio de escravos, pediu perdão às suas ex-colônias pelo papel histórico que o país exerceu na escravidão e no tráfico de pessoas desde entre os séculos XVII e XIX.



"Durante séculos, o estado holandês e seus representantes permitiram e estimularam a escravidão e lucraram com isso", admitiu o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.


O premiê anunciou ainda que seu governo estabelecerá um fundo para iniciativas que ajudarão a combater o legado da escravidão na Holanda e em suas ex-colônias.


Fonte: France Presse

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