O ex-ministro da Justiça da França Michel Mercier foi condenado, nesta quinta-feira (26), a três anos de prisão, com suspensão de pena, por empregar com dinheiro público sua esposa e uma de suas filhas como assessoras parlamentares fantasmas.
Mercier, de 75 anos, foi ministro entre 2010 e 2012, durante o governo do presidente Nicolas Sarkozy. Ele foi considerado culpado por desviar 87 mil euros (R$ 480,5 mil) em recursos públicos quando era senador entre 2005 e 2014.
Este dinheiro custeou o salário de sua esposa, Joëlle entre 2005 e 2009, e de sua filha, Delphine, entre 2012 e 2014, pelo trabalho de assessoria parlamentar, que nunca foram realizados.
A Justiça, que destacou a "gravidade" dos fatos, também o condenou a pagar uma multa de 50 mil euros (R$ 276 mil), o mesmo montante imposto a seus familiares em conjunto.
Sua esposa e sua filha também foram condenadas a penas de prisão de 18 meses e um ano, respectivamente, mas com suspensão de pena.
Durante o julgamento, o ex-ministro negou que tivesse a intenção de causar algum dano e destacou sua condição de político rural que defende o senso comum dos camponeses contra os "parisienses" da unidade nacional de crimes financeiros PNF.
A contratação de familiares como assessores parlamentares é proibida na França desde 2017, após o escândalo que afetou o ex-primeiro-ministro conservador François Fillon.
Em maio de 2022, a Justiça condenou Fillon, em apelação, a quatro anos de prisão, com suspensão de três, por ter contratado sua esposa Penelope como assessora quando era deputado.
Michel Mercier tem outras questões judiciais pendentes. Desde 2019, ele responde por atos similares junto com outros integrantes do partido centrista MoDem, aliado do atual presidente Emmanuel Macron.
Fonte: g1
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