Páginas

quarta-feira, janeiro 04, 2023

Empresário negro denuncia racismo em hotel de luxo de Florianópolis após abordagem de segurança: 'Será que é minha cor?'

Um empresário negro denunciou que sofreu um caso de racismo em um hotel de luxo em Jurerê Internacional, em Florianópolis. Ele relatou, em boletim de ocorrência (BO), que a família foi abordada de forma desrespeitosa por seguranças.


Lucas Corrêa, de 27 anos, denunciou caso de racismo em hotel de Florianópolis — Foto: Instagram/ Reprodução


Lucas Matheus Damazio Corrêa, conhecido como Zulu Damazio, disse que foi questionado por não estar usando pulseiras ao caminhar pelas dependências do local. De acordo com ele, no entanto, outros hóspedes andavam sem as fitas e não foram abordados pelos profissionais (veja mais abaixo). Ele andava com cartão de acesso ao quarto.


"Será que é minha cor? Será que eu não poderia estar aqui?", questionou, em um vídeo no Instagram.



Ao g1 SC , o hotel IL Campanario informou que o uso das pulseiras é um procedimento padrão adotado pelo empreendimento, mas destacou que repudia "toda e qualquer atitude discriminatória" (nota completa no final da reportagem).


Já a Polícia Civil de Santa Catarina informou, por meio de assessoria, que o BO não havia sido despachado até o final da tarde desta quarta-feira (4).


O relato

Segundo o boletim de ocorrência, registrado na terça-feira (3), Zulu e a família receberam as pulseiras, por volta das 12h30, para conseguirem usar a piscina até o horário do check-in, marcado para 15h. Depois, eles receberiam cartões de acesso para o quarto.


Às 15h, Zulu conta que os quatro foram à recepção, onde ficaram por uma hora, já que o apartamento foi liberado apenas às 16h. "Eu estava o tempo todo na recepção, e via as pessoas entrando e saindo sem pulseira", comentou, em uma rede social.


Depois de chegar ao quarto, a família começou a se preparar para jantar fora, de acordo com o empresário. Ele veio de Criciúma, no Sul catarinense, com a mãe, a irmã e a namorada.


Segundo o boletim de ocorrência, quando voltaram para o hotel, um segurança abordou o grupo e questionou sobre a ausência da pulseira. O hóspede, então, mostrou que estava com o cartão de acesso ao quarto em mãos.


A mãe de Zulu questionou ao segurança, conforme o relatório, por que apenas eles foram abordados.


"Ela foi encostar no braço do segurança para explicar a situação, e ele disse: 'Não encoste em mim'", destaca o relato do empresário, no boletim de ocorrência.


Zulu denunciou racismo nas redes sociais — Foto: Instagram/ Reprodução


Nota do hotel

O Condomínio Complexo Turístico IL Campanario tomou conhecimento da denúncia de suposto caso de racismo por parte da segurança contratada pelo empreendimento, por ocasião da solicitação de uso de pulseiras de identificação por hóspedes.


Esclarecemos que o uso de pulseiras por hóspedes é procedimento padrão do empreendimento, assim como em inúmeros resorts no Brasil e no mundo.


Repudiamos toda e qualquer atitude discriminatória e condutas como a denunciada não fazem parte dos valores e dos princípios que defendemos e pregamos diariamente, de respeito e tratamento igualitário a todos.


Ressaltamos que não há espaço para este tipo de atitude em nossas dependências.


O empreendimento está à disposição das autoridades para toda e qualquer informação que se mostrar necessária, posto que o denunciante acionou a autoridade policial.


Fonte: g1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!